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A recuperação do potencial produtivo das lavouras e a surpresa com os números do Show Rural Coopavel devolvem certo otimismo ao agronegócio brasileiro. Depois de um início de temporada bastante tenso por conta de problemas climáticos e das cotações em queda, 2014/15 deve reverter parte do quadro pessimista que contaminava as previsões. A volta das chuvas em algumas regiões que vinham sofrendo com a estiagem e os negócios na maior feira de tecnologia agrícola do país, na semana passada, em Cascavel, Oeste do Paraná, aquecem os indicadores que vêm do campo e renovam o papel do setor como protagonista da economia nacional.

Uma situação onde não há muito o que fazer, mas que de certa forma está equacionada, está na relação preço versus rentabilidade das principais commodities agrícolas. As safras cheias e os estoques mundiais em alta impõem uma nova e diferente realidade de oferta e demanda, onde a última década não pode ser usada como referência ou parâmetro de comparação. O momento é outro, os preços são outros e o resultado financeiro também. Até que um novo ciclo de alta nos preços ocorra é preciso aprender a conviver com menos, com margens mais apertadas, controlando custos e investimentos. O que não significa deixar de crescer. Só que agora a taxas mais adequadas.

A visitação recorde do Show Rural 2015 – em cinco dias recebeu mais de 230 mil pessoas – mostra que o produtor e outros elos da cadeia produtiva não apenas acreditam nisso como estão atrás de informação, de mercado e de tecnologia, para superar e se adequar ao momento de ajustes. E quem vai ao Show Rural, pode ter certeza que não o faz motivado pelo lindo jardim montado na entrada da feira. Eles estão em busca de novidades tecnológicas, agronômicas e de mecanização, de alternativas a essa nova condição, ou imposição, de um agronegócio mais sustentável. Não apenas do ponto de vista ambiental, mas principalmente econômico da atividade.

Os agentes financeiros e as montadores de máquinas e equipamentos agrícolas, que chegaram receosos para a feira, saem do primeiro grande evento do agronegócio nacional com o ânimo renovado. A New Holland, líder em alguns segmentos de tratores e colheitadeiras, anunciou que o aumento no volume de negócios foi de até 20% sobre o ano passado. O desempenho foi tamanho que a própria montadora se mostrou surpresa. O grande desafio era pelo menos manter o desempenho verificado em 2014, meta que foi amplamente superada com os negócios realizados na edição de 2015.

A contratação de crédito também não ficou atrás. Um único agente, e também o mais tradicional na relação com o agronegócio, superou os R$ 500 milhões em negócios encaminhados através de CPFs ou CNPJs, com produtores rurais ou então empresas e cooperativas de produção. Enquanto a concessão de crédito pela rede de serviços financeiros, que inclui bancos e cooperativas, superou R$ 1 bilhão, a organização da feira estima que tenham sido movimentos mais de R$ 2 bilhões em negócios durante os cinco dias do evento.

Suporte à recessão

Apesar da expectativa de crescer menos que em 2014, o agronegócio deve continuar dando suporte à economia brasileira. O PIB do setor deve avançar perto de 2%, diante de um crescimento esperado ao Produto Interno Bruto brasileiro perto ou igual a 0%. Ou seja, mesmo reduzindo o ritmo de avanço, a cadeia produtiva da agricultura e da pecuária ainda será a grande responsável pelo Brasil não entrar em recessão. Foi assim em 2013 e no ano passado e não será diferente em 2015. Com R$ 1,1 trilhão, em 2014 a economia do agronegócio, dentro e fora da porteira, da produção à industrialização, representou 23% do PIB brasileiro.

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