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O Paraná e o Brasil estão de volta ao site da OIE, a Organização Internacional de Saúde Animal. Desta vez, porém, a motivação não vem da ocorrência de enfermidades no rebanho bovino e nem de restrições sanitárias ao estado ou país, como as provocadas em 2005 pela notificação de febre aftosa e, mais recentemente, da “vaca louca”, que de louca não tinha nada, apesar da polêmica que causou. Neste momento a atenção da OIE se volta para América do Sul como sede da conferência mundial da entidade, que será realizada em dezembro (4 a 6), em Foz do Iguaçu. O encontro deve reunir centenas de pessoas, entre as quais representantes dos 178 países membros da organização, muitos dos quais ainda relutam em abrir suas portas à carne brasileira.

O evento é técnico, vai discutir a função dos organismos veterinários, assim como o ensino e a formação dessa profissão com o objetivo de garantir excelência, ética e padronizar ações e procedimentos na defesa sanitária nos quatro cantos do mundo. Algo como falar a mesma língua na prevenção, monitoramento e controle de epizootias que podem colocar em risco e ameaçar a sanidade animal, de bovinos, suínos e aves. Contudo, a considerar interesses políticos e econômicos que permeiam essa cadeia, não há como dissociar as discussões de questões relativas a mercado e ao protecionismo desse mercado. Das barreiras, que têm pretexto sanitário, mas viés claramente comercial e que limitam a competitividade de países como o Brasil, que expressam potencial como fornecedor mundial de carnes.

De qualquer forma, uma oportunidade singular, uma chance única de mostrar ao mundo que sanidade não é apenas uma preocupação, mas condição e obsessão por aqui. Que os impactos econômicos e à imagem da pecuária no estado e no país, por motivos legítimos ou não, deixaram residuais que vão além do prejuízo econômico. A condição e o investimento ainda não são os ideais, mas o aprendizado dos tempos de dificuldades garantiram avanços. No estado, o grande legado talvez seja a Adapar, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, recém-criada, mas com muitos desafios, já que a defesa sanitária é apenas uma pequena parte de uma missão muito mais ampla, que é resgatar a confiança e a segurança do mercado internacional à pecuária paranaense.

O Paraná, então, continua vitrine. Agora, no entanto, não mais por ter de sacrificar animais doentes e contaminados. A conferência da OIE, que atrai os olhares do mundo para Foz do Iguaçu, promove, a partir do Paraná, uma discussão mais sobre estratégia de defesa sanitária e segurança alimentar. E como anfitrião, o estado não tem apenas a prerrogativa, mas o dever e a obrigação de mostrar que nossa pecuária é saudável, nossa prevenção está cada vez mais eficiente e nosso potencial é capaz de atender qualquer que seja o mercado, por mais exigente que possa ser em quantidade, qualidade e sanidade. Afinal, não foi por acaso que o Paraná se tornou o maior produtor e exportador de carne de frango do país e o Brasil um dos maiores exportadores de carne bovina do planeta.

Como que em preparação à conferência da OEI, em dezembro o Paraná também será sede do Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal, com a participação de centenas de profissionais da veterinária do Ministério da Agricultura e das agências de defesa sanitária estaduais. Mais um evento e um público segmentado que só faz aumentar a exposição e oportunidade à pecuária do estado. Nesse sentido, vale reforçar que na defesa sanitária animal não existe trégua e que nem tudo está resolvido, que nunca será suficiente. Ela é constante, permanente e preventiva, devendo ser estruturada para tal, “com recursos adequados e apoiada por uma legislação eficaz”, como defende a própria OIE em texto oficial que trata da convenção em Foz.

HomenagemDia do Agricultor

Não poderia deixar de registrar aqui o Dia do Agricultor (28 de julho), nosso leitor, nossa fonte de informação, nossa inspiração e motivação primeira desta coluna e deste colunista. O agronegócio está, sim, cada vez mais moderno e globalizado, uma condição à competitividade e sustentabilidade do setor. E não estamos falando de questões ambientais. Também ambientais, mas principalmente econômicas e sociais da atividade. De certa forma, ocorre uma mudança de rumos e de conceitos que exigiram e continuam exigindo muito do setor produtivo, em especial do produtor, a ponta da cadeia.

Da sucessão no campo ao humor do clima e do mercado, ele é o primeiro a ser impactado. E se hoje o Brasil tem uma agricultura forte, pujante e com potencial é porque o país tem um agricultor forte, confiante e determinado. Um produtor que não perde a esperança na política pública, mas que também não vai ficar esperando por ela.

Assim sendo, pela paixão e perseverança, parabéns aos mais de 350 mil agricultores paranaenses e cinco milhões de agricultores brasileiros. Estejam certos que para nós, do Agronegócio Gazeta do Povo, é um orgulho fazer parte desta história, trabalhar a comunicação como um dos elos cadeia produtiva do agronegócio.

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