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Em meio a um quadro contraditório de crise, a bovinocultura do Paraná lançou na última semana um plano para estimular a produção. A discussão – que vem se formando há pelo menos dois anos – propõe integração e modernização da cadeia. Neste momento, o programa parece seguir contra a correnteza, mas tem metas coerentes com o mercado, mostra a reportagem de capa do caderno Agronegócio desta terça-feira.

Mais de 40 frigorífico desceram suas portas neste ano no Brasil, devido a um quadro intrigante que mistura falta de boi – com solavancos na indústria – e sobra de carne – com o consumo interno retraído pela crise e as exportações em queda. As previsões oficiais são de que os embarques de 2015 sejam tão volumosos como os de 2014, mas no primeiro semestre a carne bovina teve menos saída. E o consumidor está procurando proteína mais barata para economizar.

As exportações de carnes renderam US$ 8,4 bilhões de janeiro a julho, 14% a menos do que no mesmo período de 2014. Foram puxadas para baixo pela carne bovina. Enquanto o frango cresce em volume (5,2%), apesar da queda no valor arrecadado (-7,7%), o boi anda para trás na quantidade (-17%) e na receita (-21%). Os exportadores da carne vermelha deixaram de arrecadar perto de US$ 800 milhões, na comparação com os primeiros sete meses de 2014. Esse valor, somado ao recuo registrado no mercado interno, põe os frigoríficos no meio de uma crise. O problema é que eles não podem compensar o problema de casa lá fora, nem vice-versa.

Porém, o cenário de longo prazo é considerado estimulante. A previsão de que o Brasil se torne o principal exportador de produtos agrícolas em menos de dez anos inclui ampliação nos embarques de carne bovina. Essa tendência, dada como certa pelas Nações Unidas, enquadra os problemas deste ano como passageiros e torna os planos da pecuária do Paraná factíveis. O estado quer produzir 480 mil bezerros a mais por ano, projetando um crescimento gradativo do rebanho, que caiu mas ainda passa de 9 milhões de cabeças. A modernização promete ainda um rendimento de carne maior por animal, além de redução no ciclo de criação. A estruturação da cadeia de processamento ocorreria de forma sincronizada, a depender do mercado.

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