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Caminhao sai da estrada de chao ao chegar na BR-376, em direçao a Tibagi. Trecho virou a porta dos fundos do municipio de Ipiranga | Jose Teixeira/gazeta Do Povo
Caminhao sai da estrada de chao ao chegar na BR-376, em direçao a Tibagi. Trecho virou a porta dos fundos do municipio de Ipiranga| Foto: Jose Teixeira/gazeta Do Povo
  • Último trecho asfaltado, de Tibagi até a Rodovia do Café, abriu rota alternativa para Ponta Grossa

Para os moradores da cidade de Ipiranga, nos Campos Gerais, a Transbrasiliana (BR-153) não passa de um risco no mapa. A rodovia, construída desde os anos 1940, tem 3,5 mil quilômetros de extensão e corta oito estados, mas ainda guarda um trecho não implementado no interior do Paraná. E justamente na região que é apontada como a mais bem servida em logística no estado, com armazéns de sobra a 200 quilômetros do Porto de Paranaguá, além da ferrovia e da rodovia duplicada para exportação de grãos.

INFOGRÁFICO: BR-153 corta oito estados e tem 3,5 mil quilômetros de extensão

A obra entra na pauta do governo federal frequentemente, mas esbarra na burocracia e na suposta falta de recursos para sair do papel. O assunto, no entanto, ainda é prioridade para os municípios da região, que apostam na nova rota como um caminho para o desenvolvimento local.

“Ipiranga virou uma cidade fim”, reclama o prefeito Roger Selski. Atualmente a PR-487 é a única ligação asfaltada do município – com a BR-373. Ele acredita que a construção da Transbrasiliana – que ligaria o município à Rodovia do Café (BR-376) e a Imbituva – vai aumentar o movimento na região por servir de ponte para indústrias, comércio e turismo. “É a chance da cidade explodir”, prevê.

Angela Mercer, prefeita de Tibagi e presidente da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (Amcg), explica que a construção é uma demanda antiga, que vai favorecer principalmente a agricultura. “A região precisa dessa rodovia, que vai ajudar na locomoção e no escoamento da safra”, afirma.

O projeto original da Transbrasiliana prevê uma ligação entre a BR-376, no distrito de Alto do Amparo (município de Tibagi) e a cidade de Imbituva (veja no gráfico). Hoje o trajeto pode ser feito por uma via municipal, que ainda não foi asfaltada. Esse trecho não deve ser o mesmo a ser percorrido pela rodovia federal, explica Rejane Karam da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil). “Com a elaboração do projeto executivo seria possível avaliar se alguns trechos municipais serão aproveitados, mas em teoria uma nova estrada precisa ser implantada”, aponta.

A construção está prevista no Programa de Aceleração do Cresci­mento (PAC) e o início das obras depende da aprovação do governo federal, que ainda não promoveu a licitação. A chamada pública foi realizada em 2010 e previa um “Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica e Ambiental e um Projeto de Engenharia para Implantação e Pavimentação da Rodovia”. Sob a alegação de que a proposta restringia o número de empresas aptas a participarem do certame, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) suspendeu o edital. “Voltamos à estaca zero”, sintetiza Karam. Ela destaca que a greve dos servidores do DNIT tem dificultado as negociações. Em virtude da paralisação, o órgão não se pronunciou sobre a questão.

Em Tibagi, obra pôs fim a atoleiros

O pleito de políticos e moradores da região de Tibagi já virou realidade em outro trecho da BR-153. O trajeto de 82 quilômetros entre Ventania e o distrito de Alto do Amparo foi pavimentado em 2011, após um longo período de espera. “Nosso município é essencialmente agrícola e essa obra melhorou toda a questão de ligação na região”, destaca Angela Mercer, prefeita de Tibagi e presidente da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG). 

Último trecho asfaltado, de Tibagi até a Rodovia do Café, abriu rota alternativa para Ponta Grossa Morando há 30 anos na cidade, o agricultor Ivo Arnt Filho confirma a transformação. Parte do deslocamento até a fazenda é feito na rodovia e ele lembra que o trajeto era turbulento. “Quando chovia era comum ficar pelo caminho”, relata. Café, bolacha e cobertor eram mantidos no carro por precaução.

Sócio de um hotel na cidade, Arnt relata que o fluxo de turistas também aumentou na região. Apesar do benefício, ele salienta a importância da construção do trecho até Ipiranga. “Isso vai triplicar o movimento”, aponta.

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