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Discussões técnicas começaram ontem e seguem até sexta-feira | Fotos: Josua© Teixeira/gazeta Doa€‰povo
Discussões técnicas começaram ontem e seguem até sexta-feira| Foto: Fotos: Josua© Teixeira/gazeta Doa€‰povo
O pecuarista Paulo Trentin quer reduzir custos. Feira pecuária discute tendências da produção de leite e de grãos nos Campos Gerais

Os agricultores e pecuaristas de uma das regiões mais produtivas de grãos e leite do Brasil preveem aperto nas margens de lucro das duas atividades em 2014. O cenário é desenhado durante a 14.ª da Agroleite, principal feira da cadeira leiteira do estado, que começou ontem em Castro (Campos Gerais) e segue até sexta-feira (8).

O pecuarista Paulo Trentin quer reduzir custos. Feira pecuária discute tendências da produção de leite e de grãos nos Campos Gerais

Hoje parte da programação será direcionada às tendências para os mercados de soja e milho, com a apresentação de cases dos campeões em produtividade no campo. Os líderes em produtividade mostram que é possível até dobrar o resultado por hectare.

A pressão sobre os preços responde a uma sequência de aumentos na produção, seja no Brasil ou no exterior. Na agricultura, a perspectiva é de uma oferta global histórica de soja nos Estados Unidos que pesa contra os resultados dos brasileiros, a um mês do plantio de verão. A pecuária de leite também enxerga desvalorização do alimento com o aumento da produção local – que ganha escala com tecnologia cada vez mais avançada. Nos últimos cinco anos, o Paraná se destacou com a maior evolução na coleta de leite: 40%.

Os criadores de animais e agricultores esperam aumento ou manutenção do consumo. No caso dos grãos, a expectativa está sustentada na instalação de novas indústrias de trigo e milho nos Campos Gerais.

“O novo moinho das cooperativas [Batavo, Castrolanda e Capal] ainda não começou a comprar porque não há produto disponível. Esperamos que os preços sejam melhores pelos menos para os associados”, afirma Gustavo Ribas, produtor e presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa. Ele conta que o setor também aguarda elevação nas cotações por influência da indústria de milho que a Cargill instalou próximo à Castrolanda. “Por enquanto, esse cenário não está consolidado”, pondera.

Os produtores de leite, por sua vez, tentam avançar em tecnologia dentro da porteira, com um manejo eficiente e menos custoso possível. “Os preços estão estabilizados, mas as despesas só aumentam. Nesse ano, acredito que a margem de lucro vai ficar entre 10% e 15%. No ano passado foi de 20% a 25%”, aponta Paulo Trentin, dono de um rebanho jersey, em Castro, que rende 120 mil litros ao mês.

“A solução é fazer rotação de pastagem, melhorar a forragem, a alimentação, e aumentar a lotação de animais por hectare. Enfim, diminuir a dependência de nutrição concentrada [ração]”, acrescenta Letícia Iank, pecuarista que também atua em Castro. Além da ração, que tem a soja e o milho como principais ingredientes, medicamentos e energia elevaram as despesas da atividade, conforme o setor.

Soja em alta

Mesmo diante da tendência de desvalorização, os agricultores dos Campos Gerais devem aumentar a área destinada à soja no verão. Boa parte deles está com planejamento pronto, à espera do fim do vazio sanitário para dar início ao plantio.

“Vou aumentar em 20% a área de soja e chegar a 1 mil hectares. Deveria plantar uns 30% da área com milho, mas vai acabar sendo 15%”, afirma Ribas. Esse porcentual vem caindo ano após ano, apesar do consenso de que, no longo prazo, a monocultura reduz a produtividade da soja.

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