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Barracão em construção, máquinas e computadores vão custar R$ 5 milhões | Fotos: Josua© Teixeira/gazeta Do Povo
Barracão em construção, máquinas e computadores vão custar R$ 5 milhões| Foto: Fotos: Josua© Teixeira/gazeta Do Povo
Troca de ordenhadeiras mecânicas por sistema robótico com sensores promete economia

A ordenha robotizada avança lentamente no Brasil. Depois da “estreia” de seu sistema automatizado há dois anos, em Castro, a DeLaval conquistou três novos clientes – outro no Paraná e dois no Rio Grande do Sul. A segunda estrutura a inaugurar a tecnologia está sendo montada na Fazenda Engenho Velho, em Imbituva, e deve ficar pronta em outubro.

Troca de ordenhadeiras mecânicas por sistema robótico com sensores promete economia

O proprietário da fazenda, João Guilherme Brenner, investe R$ 5 milhões na aquisição de equipamentos para 200 animais da raça holandesa em lactação e na construção de novos barracões, adaptados à tecnologia. A decisão, segundo ele, deve-se à perspectiva de retorno do investimento e às melhores condições ambientais para trabalhadores e animais.

“Com o sistema, a produtividade tende a crescer de 2 a 3 litros por vaca ao dia. A expectativa é reduzir os custos da fazenda em R$ 500 mil por ano, entre economia com mão de obra, medicamentos, profilaxia e melhorias na reprodução”, revela Brenner, que espera ter retorno do investimento em cinco anos.

Os projetos gaúchos também estão em andamento, mas só devem entrar em operação em 2015. Cerca de 70 produtores dos vales do Rio Pardo e Taquari se uniram para investir mais de R$ 16 milhões na compra dos robôs. Outra fazenda, em Seberi, também aderiu ao VMS, sistema de ordenha automatizado.

Para o gerente do produto da DeLaval, Sidnei Nakashima, o mercado dos robôs na produção leiteira vai crescer naturalmente, a partir do momento em que mais produtores conheçam a tecnologia. “O mercado ainda não amadureceu, mas está crescendo e não tem volta”, avalia.

“Trabalhador prefere ser tratorista”

A falta de mão de obra qualificada para lidar com as vacas leiteiras se agrava, conforme setor. Aumento de salário e benefícios como moradia na fazenda e participação nos lucros não impede o êxodo dos trabalhadores da pecuária.

Os vencimentos para este segmento no campo chegam a dois salários mínimos nas regiões onde a produção requer maior qualificação – R$ 1.448 –, o dobro do oferecido antes do agravamento das dificuldades de contratação, aponta o presidente da Comissão de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ronei Volpi. “O trabalhador prefere ser tratorista, por exemplo, do que fazer a ordenha, um serviço bem mais penoso.”

Nova empresa entra no setor. Pecuarista quer assistência

Depois da DeLaval, uma nova empresa busca abrir mercado para sistemas de ordenha robotizados. A alemã GEA tenta emplacar, durante a Agroleite, o sistema MIOne, ao mesmo tempo em que investe em treinamento de uma equipe de pós-venda. “Estamos na fase final da qualificação desses profissionais e só falta isso para liberarmos o produto no mercado”, pontua o gerente comercial da GEA, Pedro Hepp. O serviço era preocupação central para o empresário João Guilherme Brenner, da Fazenda Engenho Velho. “É muito importante ter essa assistência 24 horas”, indica.

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