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Estrutura de recepção de sementes da C. Vale em Santa Catarina. |
Estrutura de recepção de sementes da C. Vale em Santa Catarina.| Foto:

O território do Paraná é pequeno para o tamanho dos braços das cooperativas. Em contínuo crescimento, gigantes do setor lideram movimento de busca de novos negócios em outros estados e até outros países.

A Coamo, de Campo Mourão (Centro-Oeste), maior cooperativa paranaense com 50 unidades no estado, se instalou ainda nos anos 1980 em Santa Catarina e nos anos 2000 em Mato Grosso do Sul, onde possui atualmente cinco e sete unidades, respectivamente. Outras cooperativas não medem distância. A Cocari, de Mandaguari (Norte), tem quatro unidades em Goiás, uma delas em Cristalina, a 1 mil quilômetros da sede.

Um bom exemplo dessa tendência é a unidade agropecuária da Cocamar instalada em Nova Andradina, em Mato Grosso do Sul, em 2014. No primeiro ano de funcionamento, recebeu 40 mil toneladas de soja, terceiro maior volume em toda a rede da cooperativa, que tem sede em Maringá (Norte do Paraná). O produto saiu das lavouras de 400 associados.

De acordo com José Fernandes Jardim, presidente-executivo da Cocamar, a estratégia da cooperativa é se estabelecer num raio de 300 quilômetros ao redor de Maringá, onde a marca é conhecida e as distâncias permitem racionalizar custos. “Vamos lidar com produtores que deixaram o Paraná e já nos conhecem”, afirma. A boa fama tem sido fundamental. “Os produtores confiam no modelo cooperativista paranaense”, observa.

Paraguai e Mato Grosso

A C. Vale, de Palotina (Oeste), virou praticamente uma multinacional. Além de estar presente em  30 municípios do Paraná, 11 de Mato Grosso do Sul, nove de Mato Grosso e dois de Santa Catarina, está em três localidades do Paraguai (Katueté, La Paloma del Espíritu Santo e Corpus Christi). A cooperativa Lar, de Medianeira (Oeste), também está presente no país vizinho, com a Lar Paraguay enquanto cooperativa associada.

As primeiras unidades da C. Vale fora do estado foram instaladas no longínquo ano de 1981 em Diamantino e Nova Mutum, no principal reduto de produção de grãos de Mato Grosso. Hoje, as duas cidades contam até com supermercados da cooperativa, além das unidades de recebimento de grãos. Desde então, novas unidades de recebimento de grãos foram instaladas naquele estado em Cláudia, Feliz Natal, Nova Ubiratã, Nova Mutum, Santa Carmem, Sinop, Sorriso e Vera. Do total de 15.898 sócios da C. Vale, 1.547 (ou 9,73%) são de municípios mato-grossenses.

O natureza da operação em Mato Grosso é o recebimento e armazenagem de grãos, além da revenda de insumos, máquinas, peças e acessórios. Mas a expansão fora do Paraná é, principalmente, de acordo com a cooperativa, uma forma de garantir matéria-prima e reduzir o impacto de problemas climáticos regionais. Se o clima atrapalha uma região, outro local tende a sustentar oferta equilibrada de grãos para exportação e processamento.

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