Parque Histórico de Carambeí criado pela Batavo reproduz igreja de primeira comunidade de holandeses instalada nos Campos Gerais.| Foto:
Patriarca Arnaldo Nis(de azul) constrói o futuro com os filhos Everton, Eder e Edenilson.

Não importa a idade, as cooperativas têm em seu DNA a força do trabalho conjunto. A união entre os associados – cimentada pela cultura, a religião ou simplesmente o interesse econômico – mostra-se essencial no surgimento e também para a sobrevivência dessas corporações.

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Como entidade ligada ao campo, a Associação dos Produtores de Cereais de Wenceslau Braz (Aprocer) existia desde 1998. A oportunidade de criar uma cooperativa de produção, a mais recente do estado, surgiu em 2013. A Aprocer fez com que a união entre os produtores prevalecesse além da crise que afetou a Cooperativa Platinense de Cafeicultores (Coplac), de Santo Antônio da Platina. A associação assumiu dívidas da Coplac e criou uma nova cooperativa, permitindo que a estrutura de secagem e armazenamento de grãos continuasse a serviço de 112 produtores do Norte Pioneiro.

“As vantagens são a redução da burocracia, o ganho no preço (em média R$ 1 por saca de soja) e melhor valor na compra de pneus e insumos agrícolas”, conta Willian Cesar, gerente geral da nova cooperativa, especializada no recebimento e padronização de grãos, principalmente soja, milho, trigo, aveia e feijão.

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“O foco na próxima década é a excelência no recebimento e padronização, além de uma unidade autossustentável de armazenamento”, afirma. Atualmente, o armazenamento é feito em uma unidade que era cedida pelo governo federal à Coplac.

A conclusão de que num momento de crise os esforços precisam ser somados deu origem também à mais antiga cooperativa de produção do Paraná, a Batavo Agroindustrial, que surgiu em 1925 pela união de sete produtores de leite dos Campos Gerais. A empresa criada por imigrantes holandeses atravessou 90 anos de transformações.

Na época de seu surgimento, a concorrência entre os próprios produtores fazia com que, isoladamente, ficasse mais difícil negociar o preço do leite. Foi aí que a organização, na esfera produtiva e na de comercialização, passou a fazer diferença. A cultura trazida dos Países Baixos e a própria tradição religiosa são apontados como fatores que mantiveram a comunidade unida desde então. Desde a década de 20 os imigrantes adotam a Igreja Reformada da Holanda (protestante).

Nas últimas duas décadas, as mudanças foram estruturais. Primeiro, a cooperativa Batavo se afastou da atividade industrial em negócios que envolveram a Parmalat e a Perdigão. A própria marca Batavo hoje pertence aos proprietários de sua antiga estrutura, a Brasil Foods. Nos últimos cinco anos, no entanto, retomou investimentos no beneficiamento de leite e plantas industriais em parceria com as outras duas cooperativas de origem holandesa da região, a Castrolanda (Castro) e a Capal (Arapoti).

“Mesmo com as mudanças dos últimos anos, a cooperativa Batavo segue buscando o mesmo objetivo dos primeiros anos, que é o de atender da melhor forma possível seus cooperados”, afirma Franke Dijkstra, ex-presidente da Batavo Cooperativa Agroindustrial.

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Raio X

BatavoSede: Carambeí (Campos Gerais)Área de atuação: Agricultura, pecuária e agroindústria Fundação: 1925 (a mais antiga cooperativa de produção do Paraná)Número de cooperados: 777

AprocerSede: Wenceslau Braz (Norte Pioneiro)Área de atuação: Recebimento e padronização de grãosFundação: 2013 (a mais recente cooperativa agrícola do estado)Número de cooperados: 112