No início da década passada, a notícia de que a soja havia se tornardo viável no Arenito Caiuá levou incontáveis investidores à região. Muitos arrendaram e outros compraram terras, que na época custavam menos da metade dos preços atuais. Porém, a quebra de 2004/05 forçou o setor a recuar. “As dívidas impediram que a integração da pecuária com a lavoura se expandisse”, afirma o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Umuarama, Antonio Carlos Fávaro. Em sua avaliação, nesta década os preços internacionais das commodities dão novo impulso às iniciativas, que agora incluem o cultivo de florestas.

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“A pecuária precisa melhorar em termos de eficiência produtiva e a integração é o melhor caminho para isso”, aponta. A microrregião de Umuarama concentra um terço das experiências consolidadas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do Noroeste. Ainda assim, as pastagens com menos de dois bovinos por hectare são comuns. Na ILPF, essa concentração é dobrada.

Os preços das terras na região de Umuarama dobraram na última década. Segundo a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, estão em R$ 12 mil (áreas mecanizadas) e R$ 10 (mecanizável) por hectare. Ainda assim, no caso das áreas prontas para a produção de grãos, correspondem à metade dos valores praticados em polos agrícolas como o de Cascavel, Guarapuava ou Ponta Grossa.

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A criação extensiva de gado de corte perpetua problemas da década de 70, limitando a produção pecuária e impedido avanço na produção de grãos no Arenito Caiuá, onde concentra-se a maior parte das terras agrícolas subaproveitadas do Paraná. A falta de atenção e de investimentos em manejo e tecnologia empobrecem o solo e a agricultura. A integração, que nos anos 90 prometia estancar o êxodo rural e reduzir a pobreza, ainda não foi bem aproveitada.