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Na safra 2012/13, a colheita de uma safra recorde em um ano de baixa produção na América do Norte permitiu ao Brasil “tomar” dos EUA a posição de maior exportador de milho do mundo. Foi a primeira vez em quatro décadas que os norte-americanos cederam o posto. Mas pretendem retomá-lo já neste ano. Do lado brasileiro, as expectativas são de que as exportações cheguem ao menos perto de 20 milhões de toneladas, consolidando o novo patamar de participação no mercado internacional do cereal.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que o Brasil vai embarcar de 19,5 milhões de toneladas em 2014. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) confirma essa tendência e aposta em 20 milhões (t). Em seu relatório anual de perspectivas de longo prazo, o Baseline Trade Projections, o governo norte-americano estima que as exportações de milho do Brasil devem oscilar entre 17 milhões e 22 milhões de toneladas nos próximos dez anos. A menor marca, de 17,1 milhões (t), é prevista para a safra 2014/15 e a maior, de 22,7 milhões (t), para 2022/23.

Com 38,2 milhões de toneladas vendidas até agora (18,9 milhões já embarcadas), os EUA querem fechar a temporada 2013/14, em agosto, com 41,2 milhões de toneladas exportadas – mais que o dobro do previsto para o Brasil.

Os brasileiros não eram exportadores de milho, lembra Étore Baroni, analista de mercado da FCStone. Mas, com a consolidação da safra de inverno, que hoje é maior que a safra de verão, o país tem gerado um excedente cada vez maior produção. Na última década, calcula o analista, a produção praticamente dobrou, enquanto o consumo interno cresceu em média um milhão de toneladas por ano. “Justamente de dez anos para cá, tem uma demanda aquecida lá fora”, destaca.

“O Brasil conquistou, sim, espaço no cenário internacional”, afirma Aedson Pereira, analista de mercado da Informa Economics FNP. Ele pontua, contudo, que o custo logístico elevado pode dificultar a consolidação do país como um grande exportador do cereal. “Precisamos de uma taxa de câmbio elevada, de um preço internacional em valorização, de quebras climáticas em grandes exportadores, como Estados Unidos, Argentina, Ucrânia, África do Sul, ou problemas na produção de trigo...”, enumera.

Instrumento de subsídio ao frete criado para viabilizar o escoamento da produção em áreas com logística mais difícil como o Centro-Oeste, o Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) apoiou, no ano passado, a exportação de 8,85 milhões de toneladas do cereal.

“O Brasil soube aproveitar as oportunidades, mas não se tornou, necessariamente, uma opção certa de fornecimento”, crava Pereira. Essa consolidação definitiva deve ocorrer nos próximos anos, à medida que o mercado começar a perceber o país como uma fonte garantida de milho, considera Baroni, da FCStone.

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