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A cadeia brasileira do frango cultiva novos clientes como o Iraque, que mostra expansão | Henry Milleo/gazeta Do Povo
A cadeia brasileira do frango cultiva novos clientes como o Iraque, que mostra expansão| Foto: Henry Milleo/gazeta Do Povo

O agronegócio brasileiro amplia o campo de visão para além do seu principal cliente externo. A demanda internacional, que vem sendo impulsionada principalmente pela China, tende a se manter aquecida graças a países concentrados no Sudeste Asiático e no Oriente Médio. Nações como Indonésia, Tailândia, Vietnã, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, Arábia Saudita e Iraque têm elevado suas importações de grãos e prometem manter em alta seu apetite também por proteína animal estrangeira.

Esses oito países devem importar 69 milhões de toneladas de soja milho e trigo em 2013/14. Houve crescimento de 25% em uma década, sobre 45 milhões de toneladas. Tais mercados são considerados estratégicos para manter o crescimento da demanda mundial em torno de 2% a 3% ao ano no médio prazo, avaliam os analistas.

“O governo da Indonésia [que tem 240 milhões de habitantes], por exemplo, até derrubou a taxa de importação de grãos para atender esse crescimento do consumo doméstico. É uma das economias que estão em franca ascensão”, afirma o analista de mercado da Informa Economics FNP Aedson Pereira. O aumento no consumo do Sudeste Asiático está diretamente associado ao crescimento econômico e à expectativa de elevação na renda da população, que tem mudado seu hábito alimentar consumindo mais carne.

Os novos players prometem compensar inclusive uma acomodação no consumo de frango, boi e suínos em países como os Estados Unidos, que teriam alcançado o teto na demanda per capita, afirma o consultor Carlos Cogo, especialista no assunto. Ele explica que tanto as compras de grãos como as das carnes devem se sustentar em função da falta de um parque industrial no sudeste da Ásia. “Eles até devem fortalecer a cadeia de esmagamento, mas isso não vai ocorrer da noite para o dia.”

Consumo crescente

Além da importação de grãos, que avançou 25% em uma década nos países do Sudeste Asiático e do Oriente Médio que liberam as compras externas, a demanda por carnes anima o Brasil.

•Prato iraquiano

As importações de frango do Iraque triplicaram nos últimos sete anos (chegando a 700 mil toneladas em 2014). O país tende se tornar um cliente importante para o Brasil, como a Arábia Saudita, que expandiu suas compras externas em 62% no mesmo período (e está comprando 825 mil toneladas de carne da ave).

•Ração asiática

A produção avícola chinesa, que conta com matéria-prima estrangeira para fabricação de ração, teve incremento de 21% nos últimos sete anos, e a da Índia, 62%. Esses índices contrastam com o mercado internacional. Nos últimos anos, segundo o especialista Carlos Cogo, a demanda global por proteína animal teve um “crescimento vegetativo”, de 1% a 2% no máximo. Importantes produtores e exportadores globais, Estados Unidos e Brasil registraram até redução no consumo médio interno em alguns períodos.

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