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A balança comercial Brasil-Índia teve aumento expressivo nos últimos dez anos. Uma variação acima de 1.000%. Como o senhor avalia e justifica um salto tão grande num curto espaço de tempo?

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Nesse período as relações com a Índia cresceram em todos os sentidos. Tanto no político como no econômico-comercial. Nos aproximamos muito do país e começamos a explorar as complementaridades. Isso se refletiu no comércio, com mais de US$ 10 bilhões em transações no ano passado.

O agronegócio tem uma participação importante nesse crescimento e nessa pauta?

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Sem dúvida. O agronegócio, principalmente na figura do óleo de soja e do açúcar. São dois dos principais itens da pauta exportadora do Brasil para a Índia, depois do petróleo, que é o primeiro.

Hoje há um certo conflito nessa relação, com a economia indiana bastante sensível, mas uma grande oportunidade ao agronegócio brasileiro. Como trabalhar esse momento, de dificuldade versus oportunidade?

Todo momento de dificuldade também costuma trazer oportunidades. A Índia está com problemas semelhantes ao Brasil, de desvalorização da moeda, uma inflação que começa a crescer e de déficit fiscal. Eles então precisam de investimentos. Como o governo tem adotado medidas de abertura da economia indiana a investimentos estrangeiros, há certa expectativa no mercado de que essa abertura seja ampliada. Se não por outras medidas de modernização, pelo fato de que eles precisam do ingresso de investimento em moeda forte.

Qual a sua avaliação sobre esse mercado ou essa nova abertura na Índia?

O empresário nunca pode ignorar um país de 1,2 bilhão de habitantes. A Índia sempre mostrou ser autossuficiente na produção de alimentos e tem importado do Brasil basicamente quando há quebra de safra. No entanto, a demanda continua crescendo na medida em que a classe média se expande. Essa demanda vai continuar crescendo e há, definitivamente, oportunidades para o empresário brasileiro. Isso tudo apesar das dificuldades que há no comércio com a Índia.

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