A desvalorização recente do dólar desanima os produtores de milho numa hora decisiva para o tamanho da safra de inverno. Isso deve confirmar a previsão de queda na área, de 3,2 milhões para 2,8 milhões de hectares, em Mato Grosso, estado que responde por 35% da produção nacional neste ciclo. A avaliação é do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). “Com essa área, a produção tende a cair de 17,7 milhões para 14,6 milhões de toneladas”, estima a analista Sâmyla Cristina de Souza.
Essa projeção considera não só redução na área, mas também o fato de que boa parte das lavouras será plantada no final ou fora da janela agroclimática, ou seja, após a primeira semana de março. Os produtores terão de acelerar a colheita de soja para avançar no plantio do milho, que está nos 10% iniciais.
Em Sorriso, um levantamento técnico do Sindicato Rural aponta recuo de 17% na área do cereal. “Vamos passar de 430 mil para 399,6 mil hectares”, afirma Maiara Cristina Bogo. “Os preços voltaram a cair e isso confirma essa redução.”
Segundo ela, os produtores consideram que cotações na casa de R$ 13,5 por saca não cobrem custos, principalmente nas áreas de alta tecnologia, que correspondem a 67,5% das lavouras de milho do município. Essas áreas tendem a render 105 sacas por hectare e são justamente as que estão sendo cortadas, relata.
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