Para o coordenador da Expedição Safra, os números surpreendentes deste ciclo, principalmente no caso da soja, abrem uma janela de oportunidades para o Brasil.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Nesta safra, a soja vai ultrapassar a marca histórica registrada no ciclo passado tanto em produção quanto em exportação, aponta a Expedição Safra. O Brasil vai produzir mais de 116 milhões de toneladas e exportar mais de 70 milhões de toneladas da oleaginosa, volume que consolida a posição do país como maior exportador mundial do grão. No ciclo anterior, o País produziu 110 milhões de toneladas e exportou 68 mi (t).

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Nesta sexta-feira (6), o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, fez um balanço do setor e apontou as tendências durante o encerramento da 12ª Expedição Safra do projeto. O evento aconteceu dentro do Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina (PR), onde ocorre a 58ª edição da ExpoLondrina.

Ferreira afirma que a Expedição Safra, em outubro do ano passado, já projetava uma safra de soja acima das 115 milhões de toneladas. “O mercado e o governo trabalhavam com uma cifra em torno de 110 mi (t). O campo surpreendeu positivamente, principalmente no Matopiba”, explica. Segundo Ferreira, que também é coordenador do projeto, o Brasil deve produzir 89 milhões de toneladas de milho, volume um pouco abaixo do colhido no ciclo passado, mas vai embarcar 32 milhões de toneladas. “Há duas décadas, o Brasil não exportava um grão de milho. O cenário é completamente distinto”, explica.

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Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.
Almir Meinerz, presidente-executivo da Spro IT Solutions.
Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada.
Wlademir Roberto dos Santos, superintendente regional da Caixa.
Afrânio Brandão, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP).
Almir Meinerz, presidente-executivo da Spro IT Solutions.
Almir Meinerz, presidente-executivo da Spro IT Solutions.
Almir Meinerz, presidente-executivo da Spro IT Solutions.
Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.
O chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Francisco Carlos Simioni.
João Francisco Sanches Filho, vice-presidente da cooperativa Integrada.
Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.
Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.
Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada.
Afrânio Brandão, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP).
Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.
Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada.
O chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Francisco Carlos Simioni.
Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada.
Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada.
João Francisco Sanches Filho, vice-presidente da cooperativa Integrada.
Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.
O chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Francisco Carlos Simioni.

Para o coordenador da Expedição Safra, os números surpreendentes deste ciclo, principalmente no caso da soja, abrem uma janela de oportunidades para o Brasil, especialmente depois do início da guerra comercial entre China e Estados Unidos. “No ano passado, o Brasil exportou 68 milhões de toneladas, 12 mi (t) a mais que os Estados Unidos, maior produtor mundial. A política protecionista dos Estados Unidos e a recente retaliação da China vão favorecer o Brasil. Não é um cenário permanente, mas é uma janela de oportunidade que precisamos aproveitar”, defende. “No caso do milho, nós exportamos 500 mil toneladas no ano passado para o México. Vamos dobrar de volume neste ano, também resultado da política protecionista do presidente Donald Trump”.

Paraná

O chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Francisco Carlos Simioni, fez uma apresentação sobre a safra paranaense neste ano . Segundo o economista, o ano passado foi excepcional. No entanto, a safra deste ano está acima da média quando comparada com os últimos ciclos. “O Paraná vai colher 39 milhões de toneladas nesta safra, volume 6% acima da média histórica. Na safra de verão nós tivemos alguns problemas relacionados com o clima e a menor safra de milho da história do Paraná”, conta. No ano passado, o estado colheu 41 milhões de toneladas.

Segundo Simioni, entre 2003 e 2017, o Paraná cresceu 15% em área, 25% em produtividade e 45% em produção. “O estado tem produtores extremamente qualificados. É uma agricultura muito profissionalizada”, diz. “Para a safra que vem, a tendência é de recuperação no poder de compra, uma inflação baixa e estabilizada, além de queda na taxa de juros. Nossa luta é para que também haja uma queda nos juros para custeio”, diz. Em relação ao campo, a projeção é que 2018/19 seja semelhante a 17/18. “Vamos ter um aumento da área no milho segunda safra e os cereais de inverno vão depender do desempenho deste ano”.

Tecnologia

As duas últimas apresentações foram sobre tecnologia. Almir Meinerz, presidente-executivo da Spro IT Solutions, falou sobre como os jovens estão voltando para o campo, assumindo os negócios e lançando mão de muita tecnologia. “Agricultura de precisão, biotecnologia, automação, mapeamento por drones, são exemplos de ferramentas que são cada vez mais utilizadas”, conta.

No entanto, para Meinerz, é preciso aplicar cada vez mais tecnologia na gestão. “Os custos estão cada vez mais esmagando as margens. É preciso ter uma gestão completa do negócio, sair da prancheta, do papel de pão. É preciso um software de gestão e controle dentro da propriedade. Não só para controlar a lavoura, mas as outras atividades dentro do contexto, dentro da porteira”, diz. Segundo o executivo, as informações podem ser usadas por agroindústrias e cooperativas. “A informação é uma commodity mais valiosa que petróleo. É o que vai determinar o futuro da atividade”.

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Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da Integrada, disse que a cooperativa está cada vez mais envolvida com a agricultura digital, pautada, principalmente, pela sustentabilidade. “É uma construção, uma revolução em curso, não é só IoT, Big Data, é um conjunto de atividades integradas. E quem não se adaptar está fadado a acabar”, afirma. “Nosso desafio está na redução de custos, fixação de famílias no campo, racionalização dos recursos que inferem na degradação ambiental e no aumento dos lucros das atividades agrícolas”, complementa.

Segundo o engenheiro, a tecnologia vai gerar indicadores técnicos mais precisos. “Vamos usar e aplicar o conhecimento gerado no campo”.