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Sem escala para disputar com grandes indústrias, marca das cooperativas  busca produzir  produtos premium. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Sem escala para disputar com grandes indústrias, marca das cooperativas busca produzir produtos premium.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Criada em 2015, a Alegra Foods, empresa formada pelas cooperativas dos Campos Gerais – Frísia (Carambeí), Castrolanda (Castro) e Capal (Arapoti) –, apostou pesado na industrialização para transformar a realidade dos produtores de suínos da região. Até a criação da marca e do frigorífico, os cooperados eram obrigados a conviver com a instabilidade do mercado spot, aquele em que a entrega da mercadoria é imediata e o pagamento é feito à vista, também conhecido com mercado de balcão.

Agora, três anos após a construção de um dos mais modernos frigoríficos da América Latina, os animais são transformados em mais de 90 produtos disponíveis no varejo. São salames, copa, presuntos, linguiças, salgados, defumados, temperados, cortes premium, temperados, entre outros, que, ano após ano, conquistam mais mercados e paladares.

Segundo o superintendente da Unidade Industrial de Carnes, Ivonei Durigon, em um ano, entre julho de 2017 e julho de 2018, 45 novos produtos chegaram as prateleiras. “Dobramos a oferta de industrializados com a marca Alegra no varejo”, conta. A aposta surgiu da necessidade de ampliar a utilização do parque industrial, localizado em Castro, e da conjuntura política, econômica e social do momento, inclusive a operação Carne Fraca. “As cooperativas do Paraná são reconhecidas pela qualidade dos produtos que oferecem. Sentimos que era a ocasião de aproveitar para expandirmos”, diz.

Atualmente, a Alegra – que fornece presunto, bacon e carne para grandes franquias como o Madero e o Mcdonalds – abate 3,2 mil animais por dia, o que corresponde a uma produção mensal de 8 mil toneladas. Do total, 60% são industrializados, 25% vão para exportação e 15% são matéria-prima. Além de oferecer aos 135 cooperados uma alternativa rentável e estrutura de mercado, a industrialização permitiu, somente em 2017, a distribuição de R$ 27,61 milhões em ICMS, além do dinheiro que é movimentado na região através dos salários dos 1,5 mil funcionários.

Futuro

Durigon conta que 2017 foi um ano positivo para indústria e para a cadeia produtiva. No entanto, 2018, até o momento, tem se mostrado complexo. Greve dos caminhoneiros, alta nos insumos e o fechamento do mercado russo trouxeram dificuldades. “A oferta ainda é maior que a demanda”, afirma. Mas ele acredita que o mercado vai reagir no último trimestre.

Com a utilização de apenas um terço da capacidade diária do complexo industrial (que é de 9,2 mil cabeças por dia), a previsão é de avanço no volume em 2020. “Vai depender de uma série de fatores econômicos. Mas a Alegra vai se adaptar conforme a demanda. Queremos aumentar o número de mercados atendidos e nossa participação no mercado interno. Tudo vai depender, é claro, da vontade dos nossos cooperados”, explica. A empresa, considerada um modelo de integração entre cooperativas, foi criada com 60% de investimento das cooperativas e 40% dos próprios suinocultores.

Atualmente, a Alegra está habilitada para atender 30 países. “Vamos continuar apostando na qualidade dos nossos produtos, que é cada vez mais reconhecido pelo sabor. São produtos diferenciados. Não temos escala para competir com as grandes indústrias, por isso procuramos oferecer produtos premium”, conclui. No mercado interno, o Paraná responde por 25% do consumo; o restante está espalhado por outros 12 estados.

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