Presidente da China, Xi Jinping, em visita ao Brasil em 2019. País responde por mais de um terço das exportações brasileiras.| Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
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A última década marcou severas mudanças na balança comercial do Brasil. O país intensificou sua produção agropecuária – em especial no mercado de grãos, e também viu a China assumir maior protagonismo dentro das importações de produtos nacionais. Segundo números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais) do Ministério da Economia, a China importou do Brasil em 2009, US$ 20,9 bilhões – equivalente a 13,7% da receita de US$ 152,25 bilhões recebidas no total naquele ano. Em 2019, esses valores referentes à China somaram US$ 63,357 bilhões, de uma receita total com os embarques de US$ 225,38 bilhões. E somente nos primeiros seis meses de 2020, a China já importou US$ 41,2 bilhões, ampliando sua participação nas exportações brasileiras para cerca de 40%, de acordo com a Secex.

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“Essa concentração pesa também nas demais pautas do comércio internacional do Brasil, porque a maior parte das exportações está concentrada em poucos produtos, a maioria ligado ao agronegócio. As principais commodities agrícolas representam 38% das exportações totais do Brasil no primeiro semestre. E a maior parte vai para a China”, explicou a presidente da Palermo Strategic Consulting e ex-secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Tatiana Palermo.

Na realidade colocada por Tatiana fica clara quando se observa o crescimento das exportações das commodities agrícolas, em detrimento dos produtos industrializados do setor na última década. “Eu chamo essa relação com a China de dependência e acredito que seja insustentável. Essa dependência não é boa para o Brasil. A prova é que desde 2011 as exportações gerais estagnaram, muito devido a concentração em poucos produtos e ao país não importar produtos agropecuários”, continuou Palermo.

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A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, admite a predominância chinesa nas exportações do agronegócio nacional, mas contrapõe avaliando que a pasta está em negociações para ampliar as nações importadores dos produtos brasileiros. “As negociações de grande interesse do agronegócio nacional, em estágio hoje mais avançado, são aquelas entre Mercosul e Coreia do Sul, Canadá e Singapura. Singapura é um importante centro para a distribuição de produtos agropecuários na Ásia. Canadá e Coréia do Sul, por sua vez, estão entre os sete maiores importadores agrícolas mundiais”, relatou a ministra.

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