Na foto o detalhe do início do enchimento das eclusas para o novo canal começar a receber navios| Foto: CANAL DO PANAMÁ/Divulgação

A 10ª Expedição Safra do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo começa nesta terça-feira (2) uma visita técnica de uma semana ao novo Canal do Panamá. A equipe, formada por jornalistas, técnicos da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e da Consultoria FCStone, vai detalhar como a ampliação do canal afetará o comércio internacional de grãos entre os continentes. “Em um primeiro momento, muda pouco para o Brasil, No entanto, acredito que com a rota consolidada ,vamos nos beneficiar da sinergia do Canal do Panamá com os portos do Arco Norte [Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão] para acessarmos mercados asiáticos e até mesmo europeus”, diz o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira.

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Segundo o assessor técnico e econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, ainda não se sabe ao certo qual será o impacto da ampliação sobre o comércio marítimo a partir do Sul do país. “As rotas do agronegócio, de maneira geral, não se utilizam do Canal do Panamá para chegar a Ásia, porque é mais fácil passar pelo Cabo da Boa Esperança. Mas o Brasil não pode ficar alheio às mudanças que estão acontecendo na logística mundial, é importante entender se, e de que forma, as rotas já fixadas serão influenciadas”, destaca.

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Na avaliação do diretor de inteligência da INTL FCStone, a comunicação com o Panamá será crucial para o desenvolvimento do Arco-Norte, rota logística que possibilita a exportação pelos portos das regiões Norte e Nordeste do Brasil e tem se mostrado opção para o escoamento da produção do Centro-Oeste. “A viabilidade do trânsito de grãos pelo Canal ampliado é uma variável chave para definir a viabilidade do Arco-Norte, que pode encurtar em cerca de seis dias o trajeto marítimo para o leste asiático”.

Novo canal

O novo canal foi inaugurado em junho, após nove anos de obras. O antigo continua em operação, mas agora há outro trajeto com capacidade de receber embarcações com até 150 mil toneladas de carga (Neopanamax). Os navios antigos (Panamax) carregam metade disso.

Antes, podiam trafegar navios de 294 metros de comprimento por 32 metros de largura. No novo canal será possível receber navios de 366 metros de comprimento e 49 metros de largura.