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Navios que saem sem carga total têm de passar em outros portos para encher compartimentos
Navios que saem sem carga total têm de passar em outros portos para encher compartimentos

A liberação do tráfego noturno de navios com até 305 metros de comprimento – antes restrito a 210 metros – no Porto de Paranaguá deu agilidade às manobra e atracações no Corredor de Exportação. As embarcações, que precisavam esperar os primeiros raios de sol para carregar, estão movimentando carga durante a madrugada.

A medida, viável após o trabalho de dragagem que reestabeleceu os 15 metros originais de profundidade no Canal da Galheta, deve contribuir para diminuir a fila de navios ao largo. De acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o ganho operacional será de 30% durante a safra e 15% na entressafra.

Apesar de a medida contribuir para o aumento da produtividade no escoamento durante a supersafra de grãos, o baixo calado nos berços de atração – dependendo do local, mede entre 8 e 12 metros – não permite que os navios deixem o local carregados na sua totalidade.

“O tráfego noturno traz melhorias, principalmente na agilidade da fila de navios. Porém, carregar o navio com carga máxima é outra história”, pondera Alexandro Cruzes, gerente das unidades de Paranaguá da Coamo, cooperativa de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná. A empresa exportou três milhões de toneladas de produtos – complexo soja (grão, óleo e farelo), milho e trigo – por Paranaguá em 2012.

Atualmente, as embarcações são obrigadas a seguir viagem com apenas parte dos seus porões ocupados pelos grãos produzidos no Paraná e em outros estados vizinhos como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina, que escoam suas safras pelo litoral do estado. Atualmente, os navios precisam estar, no máximo, com 10,6 metros submersos para poderem sair a qualquer hora do dia. Acima disso, é necessário aguardar o movimento das marés.

Para atingir a capacidade máxima e reduzir os prejuízos, os armadores acabam realizando mais uma ou duas paradas em outros portos brasileiros antes de seguir viagem para Europa e China.

Movimentação

A portaria da Capitania dos Portos que autorizou o embarque noturno começou a valer no início de novembro após o trabalho de dragagem reestabelecer as medidas originais do Canal da Galheta – 15 metros de profundidade e 200 metros de largura. Nos primeiros 70 dias de vigência – de 1.° de novembro de 2012 a 10 de janeiro deste ano –, 54 navios com comprimento entre 210 e 305 metros atracaram no Porto de Paranaguá no período noturno – das 18 horas às 6 horas. Destes, apenas nove embarcações foram carregadas com granel sólido.

A movimentação de navios graneleiros deve aumentar com a entrada da safra 2012/13, que começa a ser colhida no Paraná na segunda quinzena deste mês. O tráfego ininterrupto também permite atenuar parte dos problemas logísticos e desafogar o tráfego. Outro ponto positivo é a possibilidade de desatracações a noite, deixando os berços mais produtivos.

“As embarcações poderão terminar a descarga a qualquer hora e seguir viagem. O ganho também será em períodos chuvosos, como está previsto para fevereiro. Qualquer trégua na madrugada poderá ser utilizada”, diz Antônio Kiel, encarregado do setor de logística da Castrolanda, cooperativa de Castro, nos Campos Gerais.

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