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A paralisação dos caminhoneiros entra, nesta sexta-feira (24), no segundo dia com ao menos 23 interdições em rodovias do país, com bloqueios parciais, em cinco estados, segundo a Polícia Rodoviária. Ao menos quatro são no Paraná, dois trechos nas cidades de Santa Rosa e Giruá, ambos no Rio Grande do Sul, e outros no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ceará. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, alguns não aderem e outros ficam parados por cerca de uma hora no local e depois seguem viagem.

Nesta quinta-feira (23), caminhoneiros de ao menos seis estados aderiram à greve após não entrarem em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações, principalmente a tabela de frete mínimo. Foram registrados bloqueios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso.

Prejuízos

Apesar de o movimento perder força, a paralisação ainda preocupa alguns setores do agronegócio. A Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) teme que a nova greve dos caminhoneiros impeça a movimentação de cargas perecíveis dentro do estado e atrase o escoamento de soja e farelo com entrega agendada para o Porto de Paranaguá.

"Os prejuízos da greve anterior foram muito grandes para as cooperativas, principalmente da área de produtos perecíveis", diz o superintendente-adjunto da Ocepar, Nelson Costa. "O que a gente não tem ainda é uma noção de até onde vai chegar esse movimento e se terá adesão como a greve anterior."

O maior temor por enquanto é com o fluxo de produtos perecíveis, segundo Costa. "Na greve anterior tivemos perda de leite e carnes quando os caminhões foram parados na estrada. Também houve interrupção do abate de aves porque não tinha mais espaço em câmaras frias para colocar produtos e também porque a greve afetou locais que precisavam de ração para os animais."

Outra preocupação é com as cargas de soja e farelo negociadas recentemente para exportação no Estado e que precisam chegar até o Porto de Paranaguá para ser embarcadas em breve. Em função das chuvas dos últimos dias, o carregamento de soja e farelo para os navios no terminal atrasou, segundo Costa. "Com previsão de tempo abrindo amanhã, haverá retomada dos carregamentos e necessidade de deslocamento de produto", assinalou Costa. Para o plantio de trigo e colheita de milho, ele avaliou que por enquanto não há efeito direto.

A organização também questionou a viabilidade de uma tabela de preço mínimo para o frete, principal reivindicação dos caminhoneiros. "As cooperativas entendem que não é possível você atender uma reivindicação do setor criando obrigação para os outros cumprirem. A tabela pode deixar de ser eficaz se aumentar a demanda e os preços passarem a ser maiores", apontou. "A Ocepar acredita que é impossível fixar para a atividade de transporte uma tabela de preço mínimo. É inconstitucional e vai contra as leis de livre mercado."

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