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Em Chicago, compradores chegaram a comprar boatos de problemas na safra na América do Sul por seca. | Jonathan Campos / Gazeta Do Povo
Em Chicago, compradores chegaram a comprar boatos de problemas na safra na América do Sul por seca.| Foto: Jonathan Campos / Gazeta Do Povo

De olho no relatório que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) divulga nesta quarta-feira (11), soja e milho tomaram direções opostas hoje na Bolsa de Chicago. Enquanto a oleaginosa encerrou os negócios do dia com preços predominantemente mais altos nos principais contratos, o cereal retornou ao terreno negativo depois de ensaiar recuperação na última sexta.

Na soja, o foco do mercado é a safra velha. O que os investidores querem saber é como o Usda irá balancear o quadro de oferta e demanda para evitar que o país termine a temporada 2013/14 com os estoques zerados ou até mesmo negativos. Até o final de maio, os norte-americanos já haviam comprometido 44,97 milhões de toneladas – quase 1,5 milhão de toneladas do que o projetado pelo órgão em seu último relatório. Desse total, pouco menos de 3 milhões de toneladas ainda não deixaram, efetivamente, o país. Mesmo que parte desses contratos seja ‘rolado’ para a próxima temporada, perto de metade do volume comprometido deve ser embarcado até agosto, quando termina o ciclo 2013/14.

Traders que operam em Chicago esperam também uma revisão para cima na demanda doméstica. O esmagamento de soja norte-americano, atualmente calculado pelo USDA em 46,1 milhões de toneladas, deve ser elevado para 46,5 milhões (t). Esses reajustes – que rebaixariam os estoques de passagem para 2,99 milhões de toneladas – devem ser contrabalanceados por um aumento na mesma proporção nas importações de soja (de 2,45 milhões para algo em torno de 3 milhões de toneladas) para manter as reservas norte-americanas nas 3,54 milhões de toneladas projetadas em maio.

No milho, as atenções também estão voltadas à demanda. A dúvida, neste caso, é com relação à China. Terceiro maior consumidor do cereal norte-americano, atrás de México e Japão, o país chegou a devolver cargas de milho dos EUA alegado a traços de MIR162 (milho geneticamente modificado permitido nos EUA, Japão e Europa, mas não aprovado pela China) e agora ameaça barrar carregamentos de DDG (dried distillers grain, subproduto do etanol com alto valor proteico usado na alimentação animal).

Apesar da informação não ter sido oficialmente confirmada pelo governo chinês, a possibilidade de bloqueio causa apreensão no mercado. Os embarques de DDG dos EUA para a China têm aumentado de forma constante desde 2008, com um crescimento especialmente rápido nos últimos dois anos. Hoje, os chineses já são os principais clientes norte-americanos no produto e uma interrupção brusca nas compras à luz de uma colheita volumosa neste ano poderia fazer ‘sobrar’ milho no mercado. As estimativas atuais do Usda, que prevê produção de 353,96 milhões de toneladas do cereal e estoques de 43,84 milhões de toneladas ao final da temporada 2015/16, contam com a demanda chinesa.

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