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Relatório da Seab aponta que 1,15 milhão de hectares devem ser plantados este ano no PR, com potencial produtivo de 3,5 milhões de toneladas | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Relatório da Seab aponta que 1,15 milhão de hectares devem ser plantados este ano no PR, com potencial produtivo de 3,5 milhões de toneladas| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A área cultivada de trigo no Paraná terá uma redução de 14% na safra 2016/17 em relação ao período anterior, estimou o Departamento de Economia Rural (Deral) nesta quinta-feira (28). O relatório do órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) aponta que 1,15 milhão de hectares devem ser plantados este ano, com potencial produtivo de 3,5 milhões de toneladas. Em 2015, o Paraná produziu 3 milhões de toneladas em 1,3 milhão de hectares.

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O consultor e produtor de trigo na Região Oeste do Paraná Modesto Felix Daga diz que o motivo para que ocorra uma redução na área plantada é simples. Para ele, basta olhar o custo de produção por hectare e perceber que hoje, na média, o produtor paga para plantar trigo. “Nós só plantamos trigo porque ele tem um efeito importante no nosso sistema produtivo. A planta dá cobertura ao solo, elimina ervas daninhas e no fim faz sobrar adubo para a safra de verão”, explica.

Daga revela que na média o custo de produção por hectare do trigo chega a uma faixa de R$ 1.850 nas propriedades da região. Em preços de hoje pagos ao produtor (cerca de R$ 40 a saca), isso representa aproximadamente 45 sacas por hectare. Mas, segundo ele, a média de produção é de cerca de 42 sacas por hectare. Nesse cenário, o produtor precisaria ainda desembolsar R$ 120 por hectare (três sacas) para pagar os custos de produção.

Crise ajuda a entender preços, diz especialista

A crise enfrentada pelo país somada a fatores internacionais ajudam a explicar os preços abaixo dos custos de produção pagos ao produtor, conforme explica Luiz Pacheco, analista de mercado da Trigo e Farinhas. Ele diz que em 2014 foram processados 11,4 milhões de toneladas, em 2015 foram 10,5 milhões e nesse ano o número deve ficar em torno de 9,8 milhões. Com menos demanda, os moinhos têm dificuldades para fechar as contas e o preço cai – apesar de o Brasil ter o maior preço de trigo do mundo, conforme a opinião do analista.

Pacheco reconhece que os preços para o produtor não estão atrativos, mas ele analisa que com condições meteorológicas ideais previstas neste ano, a produtividade média deve ser maior, o que deve fazer os produtores terem lucros maiores. “Os preços atuais da safra passada estão pagando o custo de produção, em torno de R$ 40 por hectare. Para a próxima safra, os preços previstos estão mais baixos, mas lucro do produtor não vai estar. Tudo o que ele produzir acima de 48 sacas por hectare será lucro”, estima.

Plantio está atrasado

A plantação de trigo no Paraná está atrasada em relação a anos anteriores, conforme o relatório do Deral. Enquanto em safras anteriores as sementes já estavam no solo em até 10% da área plantada do estado, neste ano há apenas 3%. O principal motivo, de acordo com relatório do analista do Deral Carlos Hugo Godinho, é a seca do início do mês. “Não acredito que esse atraso no plantio vá interferir na área, de fazer o produtor deixar de plantar por não ter conseguido fazer o plantio no tempo adequado”, disse à reportagem na última terça-feira (26).

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