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Depois de dois anos sob embargo na China, a carne bovina do Brasil voltará a entrar no país mais populoso do mundo a partir de janeiro, disse neste domingo (16) o ministro da Agricultura, Neri Geller. A liberação foi oficializada depois de encontros em Pequim com autoridades chinesas. O produto está barrado na China desde a identificação de um caso atípico do mal vaca loca (encefalopatia espongiforme bovina, ou EEB) no Paraná, no fim de 2012.

O fim do embargo foi anunciado em junho pela presidente Dilma durante a visita ao Brasil do líder chinês, Xi Jinping. Mas a retomada das exportações dependia de um novo protocolo sanitário, finalizado no sábado. Com a liberação, Geller prevê que o Brasil conquistará rapidamente uma fatia significativa das importações de carne bovina da China. O consumo do produto no país tem acelerado nos últimos anos, à medida em que crescem a renda e o poder de consumo da classe média ascendente. O ministro estima que no primeiro ano as vendas do Brasil fiquem entre US$ 300 e 400 milhões, com tendência de crescer. Em julho, após o anúncio da suspensão do embargo, o ministério da Agricultura disse que esse montante poderia chegar a US$ 1,2 bilhão em 2015.

Em 2012 a China importou US$ 255 milhões, sendo US$ 37,768 milhões do Brasil. O volume saltou para US$ 1,3 bilhão em 2013, com a carne bovina brasileira já barrada. Metade do total foi vendido pela Austrália, que está prestes a fechar um acordo de livre comércio com a China, depois de dez anos de negociações. A expectativa é que a assinatura possa ocorrer hoje, durante a visita ao país do presidente Xi Jinping. O pacto dará acesso preferencial à carne da Austrália e pode dificultar as exportações do Brasil. Neri Geller, porém, disse que não está preocupado: "Nenhum país do mundo tem a capacidade de fornecimento do Brasil".

A reportagem apurou que as reuniões de Geller em Pequim também produziram avanços para a aprovação pela China ainda neste mês da variedade de milho transgênico mais usada no Brasil, MIR 162. A proibição dessa semente vinha travando as exportações do cereal brasileiro para o mercado chinês, apesar do acordo fitossanitário assinado entre os dois países em novembro de 2013.

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