Suínos estariam sofrendo maus tratos em granjas de fornecedora da JBS| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

A JBS USA, braço americano da JBS, suspendeu nesta terça-feira (17) o contrato com uma fornecedora de carne suína no Tennessee, Estados Unidos, após um vídeo da ONG Mercy for Animals mostrar maus-tratos aos animais criados no local.

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As imagens, divulgadas pela organização na terça, mostravam funcionários de uma fazenda da Tosh Farms batendo em animais. 

Os suínos também são castrados sem anestesia e as fêmeas aparecem confinadas em gaiolas de gestação, práticas comuns na indústria, mas condenada pela ONG pelas condições impostas aos animais.

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A empresa fornecia carne suíça para a unidade da JBS USA em Kentucky. A reportagem tentou contato com a Tosh Farms, mas ainda não obteve resposta.

Em nota, a JBS, dona da Seara, afirmou que as imagens mostradas no vídeo estão em “total desacordo com os padrões e exigências da companhia.” A empresa anunciou a suspensão do contrato com a planta e disse que abriu uma investigação para apurar responsabilidades e “tomar as medidas cabíveis.”

“A JBS não compactua ou admite abusos envolvendo animais sob nenhuma hipótese”, afirma a nota. A empresa diz adotar as melhores práticas em bem-estar animal. 

Também afirma exigir de seus fornecedores que cumpram padrões de cuidado e segurança “para que os animais recebam tratamento digno e humanizado em toda a cadeia seguindo as melhores práticas em todo o mundo.” 

Segundo Lucas Alvarenga, vice-presidente da Mercy For Animals no Brasil, as imagens foram feitas entre dezembro de 2017 e março deste ano. Elas são fruto de uma investigação de rotina da ONG sobre as condições de abatedouros, granjas e fazendas. 

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“Todas as vezes em que entramos em fazendas, voltamos com imagens brutais de alto sofrimento animal”, diz Alvarenga, que quer que a JBS se comprometa com o fim das gaiolas de gestação em sua cadeia de produção no mundo. 

No Brasil, a empresa assumiu, em 2015, o compromisso de eliminar a prática até 2025. As gaiolas já foram banidas em dez estados americanos, assim como no Canadá, na Nova Zelândia, na Austrália e na União Europeia.

A companhia também afirma que não realiza no país castração cirúrgica, apenas imunológica, em que uma vacina suspende temporariamente a função dos testículos dos porcos.

 

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