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Posição de pilotagem da Apache é um pouco esportiva demais para viagens longas, mas o modelo oferece regulagem da posição das pedaleiras e também dos semiguidões | Fotos: Gustavo Epifanio/Agência Infomoto e Luiz Artur Cané/MBM
Posição de pilotagem da Apache é um pouco esportiva demais para viagens longas, mas o modelo oferece regulagem da posição das pedaleiras e também dos semiguidões| Foto: Fotos: Gustavo Epifanio/Agência Infomoto e Luiz Artur Cané/MBM
  • O painel de instrumentos da Apache é completo
  • Farol oferece eficiente feixe de luz: bom para a noite
  • Motor monocilíndrico de 14 cv fez 30 km/litro
  • Lanterna traseira tem LEDs e setas com lentes cristalinas
  • Veja a ficha técnica da Apache RTR 150

Depois de ter as primeiras impressões na pista de testes da TVS, na Índia, era hora então de colocar a prova a nova street Apache RTR 150, que é fabricada e vendida no Brasil pela Dafra. Rodamos por uma semana com a Apache na cidade de São Paulo, mas fomos além: para comprovar a resistência da moto de 150 cc fomos para a estrada com o primeiro modelo fruto da parceria entre a indiana TVS e a brasileira Dafra. A pequena street encarou uma viagem de ida e volta entre São Paulo e Brasília (DF), num total de 2.195 quilômetros. Ao longo desta aventura, a moto fez sete abastecimentos e passou por três estados: São Paulo, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal.

Quem conduziu o teste foi um experiente piloto, Luiz Artur Cané, presidente da ONG Movimento Brasileiro de Motociclistas. Com 1,90 metro e 110 quilos, Cané é motociclista há 35 anos e é proprietário de uma Suzuki V-Strom DL 1000 e uma pequena Honda CG 150. Acostumado a viajar com mo­­tocicletas de baixa cilindrada, nosso piloto convidado tem parâmetros para verificar pontos positivos e negativos do modelo de origem indiana, que recebeu cerca de 80 modificações para chegar ao mercado brasileiro.

De São Paulo até a capital federal, que acabou de completar 50 anos, Cané rodou pouco mais de 1.000 quilômetros em 16 horas e fez apenas três paradas para abastecer: Ribeirão Preto (SP), Uber­­lândia (MG) e Cristalina (GO). Ro­­dando a uma velocidade média de 80 a 90 Km/h, a Apache RTR 150 teve consumo médio de 30,13 quilômetros por litro de gasolina na ida até Bra­­sília. Portanto, com capacidade pa­­ra 16 litros de gasolina, a Apache tem autonomia de cerca de 450 km.

Claro que a estrada não é o habitat natural da nova Dafra, mas pa­­ra muitos brasileiros uma motocicleta como essa é a única opção de transporte, seja para rodar na cidade, na estrada e até no campo.

Motor e consumo

Em quase dois mil quilômetros ro­­dados, a Apache teve a pior mé­­dia de consumo entre as cidades de Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG), com 27,57 km/l. Já a melhor marca foi entre os municípios de Cristalina e Ipameri, ambos no es­­tado de Goiás, com consumo mé­­dio de 33,20 Km/l.

Como o motor (monocilíndrico, quatro tempos, duas válvulas, com comando simples no cabeçote) da Apache 150 é alimentado por carburador, seu consumo fica abaixo de outros modelos "injetados", como a Honda CG 150 Titan que pode rodar até 41 km/litro de gasolina.

Porém no quesito desempenho, o propulsor da Apache não fica devendo em nada: gera 14 cv de potência máxima a 8.000 rpm e 1,27 kgfm de torque máximo a 6.000 rpm. Na prática, nosso "piloto de testes" de longa distância confirmou os números declarados: a Apache tem mais vigor entre 7.000 e 7.500 rpm.

Ciclística e ergonomia

Para um piloto alto e pesado, a tarefa de guiar um modelo de baixa cilindrada não é das mais confortáveis. Luiz Artur Cané achou a posição de pilotagem da Apache um pouco esportiva demais para uma longa viagem como essa. Porém, o modelo oferece regulagem da posição das pedaleiras e também dos semiguidões.

Com relação às suspensões (garfo telescópico e bichoque) e freios, o conjunto está de acordo com a proposta da motocicleta. Destaque para o eficiente freio dianteiro, que conta com disco simples de 270 mm de diâmetro e pinça de dois pistões. Outros fatores que contribuem para o equilíbrio da motocicleta são o quadro tubular em berço duplo, feito em aço, e os pneus Pirelli Sport Demon.

Para facilitar a vida do piloto, a moto conta com outros elementos que transformaram este teste em uma viagem segura. Por exemplo, em uma pilotagem noturna, o farol da Apache oferece boa iluminação, importante para desviar de buracos e evitar o atropelamento dos muitos animais que cruzam as rodovias do Planalto Central. As duas buzinas fixadas na parte frontal da moto – com um som po­­­­tente – cumprem perfeitamente seu papel de alertar sobre a circulação do veículo de duas rodas.

Outro ponto positivo foi o completo painel de instrumentos, que lembra o utilizado na nova Yama­­ha Fazer 250. Conta com dois ho­­dômetros (parcial e total), indicador de combustível, indicador de carga de bateria, memória de velocidade máxima, sistema programável de alerta de manutenção, velocímetro digital, relógio e mostrador analógico de rotações.

Também na cidade

Rodando na capital paulista, a Apache RTR 150 não se impressiona com o trânsito caótico dos grandes centros, já que foi concebida para circular pelas populosas cidades indianas como Nova Delhi e Bangalore. O cenário urbano é a sua casa e a moto consegue rodar com bastante desenvoltura entre os automóveis. Ágil e com torque suficiente para largar na frente dos carros quando o semáforo abre, o único "defeito" notado foi a perda da precisão do câmbio. Depois do uso intenso, tornou-se difícil en­­contrar a posição "neutra".

Consultado, o departamento de desenvolvimento da Dafra declarou que uma simples regulagem do manete de embreagem poderia solucionar o problema. Outro dado relevante: a primeira revisão deveria ter sido feita com mil quilômetros. Como a recomendação não foi cumprida, já que a moto estava na estrada, o pi­­loto ficou atento ao nível de óleo do motor que, em nenhum mo­­mento, ficou abaixo do mínimo recomendado. Mesmo depois da prova de fogo, já de volta a São Paulo, a moto não apresentou ne­­nhum tipo de vazamento ou fadiga dos componentes.

Outro argumento de vendas: a Apache chama a atenção por seu porte e desenho. Nos reabastecimentos ou paradas, era comum reunir vários curiosos para conferir de perto a novidade da Dafra/TVS, conta Luiz Cané. Muitos elogiavam o conjunto óptico, as rodas de liga leve com frisos refletivo, o spoiler sob o motor e a lanterna traseira em LEDs. Neste teste de resistência, em que rodamos quase 3 mil quilômetros por estradas e vias urbanas, a moto cumpriu o que promete e não apresentou problemas.

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