Conseguir prever o futuro talvez seja um dos mais antigos desejos do ser humano. E se métodos pouco científicos costumam levantar dúvidas, a tecnologia e o uso correto de dados e informações têm agido como um bom aliado na tentativa de antever acontecimentos e situações em diversas áreas.
O Google consegue, por exemplo, antecipar com uma precisão considerável quais devem ser os veículos mais vendidos do país dois meses antes.
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“Observamos que antes de comprar um carro as pessoas faziam um monte de pesquisas no Google. Esse dado era super interessante: o número de buscas no Google de determinados tipos de veículos tem um casamento de cerca de 65 dias em relação ao número de emplacamentos daquele veículo. É uma correlação de quase 1”, disse o CEO do Google, Fabio Coelho, em palestra na 8.ª Expert XP 2018, maior feira de investimentos do mundo, que aconteceu entre os dias 20 e 22 de setembro em São Paulo.
Outro dado em relação ao mercado de automóveis é sobre a conversão de leads em negócios. Quando uma concessionária consegue informações de um possível cliente após o preenchimento de um cadastro (nome, telefone, e-mail, por exemplo), ela tem poucas horas para que aquele lead se torne uma compra em potencial.
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“Se a concessionária não tratar o lead rapidamente ele ‘esfria’. A pessoa pode estar interessada, mas se a empresa não atender, não retornar a chamada, o e-mail ou WhatsApp, em 8 horas o lead esfria. Isso determina a diferença entre a conversão de lead em negócios bons para alguns e não tão bons para outros”, diz Coelho.
Mudança nas pesquisas
O executivo destacou que as pesquisas no maior buscador do mundo também têm mudado. Se antes as pessoas costumavam procurar informações sobre produtos de maior valor agregado, como veículos, imóveis, etc, agora elas querem saber tudo sobre qualquer tipo de produto.
“O consumidor é muito curioso. Existem categorias [de produtos] que você pode pensar que não são muito pesquisadas, mas elas são. Por exemplo: escova de dente. As pessoas buscam uma série de informações no Google sobre esse produto”, diz Coelho.
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O executivo afirma que antes de comprar alguma coisa as pessoas querem saber todas as especificações técnicas e pesquisam muito sobre a qualidade do produto. “Elas querem um review – ou seja, buscam entender se tem outras pessoas que estão satisfeitas com aquele tipo de produto ou serviço. Estamos diante de um usuário cada vez mais curioso e exigente”, destaca o executivo.
Sobre a lealdade às marcas, Coelho afirma que apesar de marcas fortes fazerem a diferença, a fidelidade do consumidor tem mais a ver com a capacidade da empresa proporcionar uma boa experiência de compra, de acordo com as expectativas do cliente. “As pessoas não são leais às marcas. Elas testam o tempo todo. Hoje em dia se busca o mais barato, o mais rápido, o mais conveniente. Isso vale para todas as categorias”, afirma.
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Busca pelo setor financeiro
A mudança de comportamento de buscas das pessoas também ocorre em relação aos produtos financeiros. “As pessoas estão buscando mais sobre os melhores produtos”, diz.
De janeiro a agosto, o Google computou mais de 1 bilhão de pesquisas sobre o setor financeiro no Brasil. 300 milhões foram buscas institucionais de bancos. 600 milhões são buscas de produtos: cartão de crédito, seguro, investimentos, financiamentos. Falando apenas de investimento, a quantidade de buscas atingiu 30 milhões nestes 8 meses.
“E isso está crescendo. Apesar de acharmos que o brasileiro está sem grana, percebemos no Google que quanto mais as pessoas estão em dificuldade, mais elas se preocupam em pesquisar pelas melhores opções”, afirmou o executivo.
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