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As concessionárias de veículos no Paraná não têm do que se queixar. O setor deverá ter um crescimento de até 8% e será puxado pelos segmento de caminhões e motos. A comercialização de carros de passeio também está com uma leve alta, com 84 mil unidades vendidas até agosto deste ano (0,7%). Em entrevista a exclusiva à reportagem do Caderno de Automóveis da Gazeta do Povo, Luís Antônio Sebben, diretor-geral da Fenabrave-PR fala sobre o mercado de veículos novos no estado, os prazos de financiamento, os investimentos que estão sendo feitos pelas concessionárias para o segmento de seminovos e sobre as expectativas com o Salão do Automóvel de Curitiba, que ocorre em novembro e tem o apoio da entidade.

Gazeta do Povo – Estamos entrando nos três últimos meses do ano. Quais são as perspectivas para o resultado final de vendas de veículos no Paraná?

Luís Antônio Sebben – É um ano para comemorarmos. As vendas de veículos no Paraná devem fechar 2006 com crescimento entre 6% e 8%. O crescimento de 2004 para 2005 foi de 8,48%. O aumento total dos segmentos no acumulado de janeiro a agosto já beirou os 6%. O mês de setembro deve apresentar maior desempenho devido aos lançamentos que as montadoras estão fazendo até o Salão do Automóvel de São Paulo. Já o mês de outubro deve ser menos representativo devido às eleições. Mas o forte do ano está previsto para os dois últimos meses, considerando que em novembro haverá Salão do Automóvel de Curitiba e em dezembro, as promoções para o Natal e utilização do 13.º salário.

Levando-se em conta o grande número de lançamentos de modelos no mercado, qual foi o segmento que mais cresceu?Em vendas, os segmentos que mais cresceram foram os ônibus e em seguida as motos. No acumulado do ano, os ônibus venderam 726 unidades, contra 486 no período de janeiro a agosto de 2005, refletindo num crescimento de 49,38%. Em agosto, esse segmento despontou sobre julho em alta de 111,11%, passando de 45 para 95 unidades. Já as motocicletas cresceram 19,10% no acumulado, passando de 51.379 para 61.191 unidades. Na comparação de julho para agosto, o crescimento foi de 0,5%, passando de 7.280 para 7.317 unidades. Os automóveis já acumulam pouco mais de 84 mil unidades até agosto de 2006, contra 83,3 mil no mesmo período do ano passado. Em todo país já foram vendidos mais de 969.654 unidades. Os sedãs pequenos, os hatchs pequenos e os veículos de entrada são os mais procurados. Apenas em agosto, o país comercializou 59.254 veículos de entrada, 25.701 hatchs pequenos e 19.270 sedãs pequenos. Em relação ao setor de veículos, qual é a participação do Paraná no mercado nacional?Em média, o estado representa 8% do mercado nacional há mais de cinco anos, com tendência de crescimento. Devemos em breve chegar aos 10%.

Algumas marcas, como a Honda e a Fiat, lançaram seus modelos 2007 ainda no começo deste ano. Em sua opinião, esta estratégia não acaba assustando o consumidor já que ele pode encontrar nos classificados modelos 2007 sendo oferecidos como seminovos?Algumas marcas realmente começaram a planejar os lançamentos do ano seguinte no decorrer do ano em vigor. Essa prática tem um lado bom de oferecer o que há de mais recente em produtos de determinada montadora aos consumidores exigentes. O que pode ocorrer é de o consumidor adquirir um zero 2006 e logo em seguida ver que o 2007 já está nas concessionárias. Entretanto, as concessionárias têm um cuidado em disponibilizar os 2007 quando os 2006 não estão mais à venda. No caso das duas opções estarem disponíveis, haverá sempre uma diferença nos valores, com promoções atrativas do modelo mais antigo.

O aumento dos prazos de financiamentos na compra de veículos zero-quilômetro chega a impulsionar as vendas?Sim, o consumidor busca facilidades no pagamento, além de preços baixos. O pagamento parcelado ficou ainda mais atrativo com a baixa nos juros de automóveis, que são as taxas mais baratas praticadas no Brasil para a aquisição de bens duráveis. Os agentes financeiros proporcionam ainda a oferta de dinheiro e os prazos dilatados em até 72 meses. No Brasil, 80% dos veículos vendidos são financiados, parcialmente ou totalmente, assim como nos países desenvolvidos, onde os volumes de valores financiados são altos e a capacidade de endividamento do consumidor vem aumentando.

Porque as concessionárias passaram a investir pesado no comércio de automóveis seminovos?Verificamos que o usado era um capital congelado na concessionária, considerando que normalmente ele é parte do pagamento do veículo novo. Além disso, há redução dos riscos das operações e ampliação da oferta de produtos aos clientes. Essa prática intensificou-se nas concessionárias a partir do momento em que percebeu-se uma migração muito grande de potenciais compradores dos tradicionais revendedores multimarcas, em busca de qualidade e segurança na compra dos seminovos, para as autorizadas. O cliente procura procedência do seminovo, e com isso, as concessionárias se prepararam para investir na qualidade dos estoques, a fim de satisfazer esse consumidor.

O consumidor alimenta a idéia de que os preços cobrados em concessionárias são altos. Por isto, deixa de fazer até mesmo as revisões obrigatórias?Sim, o cliente ainda acredita que os preços das autorizadas são mais altos, o que não é verdade, pois as concessionárias possuem programas de manutenção e revisão com preços compatíveis na mão-de-obra e nos produtos, e ainda têm a garantia que só um autorizado pode fornecer ao cliente. Nos últimos anos, todos os concessionários têm feito grandes investimentos para modernizar cada vez mais as suas oficinas mecânicas e serviços de funilaria e pintura.

Em novembro teremos o Salão do Automóvel em Curitiba. Quais serão os principais atrativos para o consumidor?A Fenabrave-PR apóia totalmente a realização desta 10.ª edição do Salão do Automóvel de Curitiba, entre 18 e 26 de novembro. Como ocorre tradicionalmente, os grandes lançamentos de São Paulo serão trazidos para Curitiba pelas concessionárias e atendem ao público que não poderá estar em São Paulo. Graças a essa união dos concessionários paranaenses, temos o segundo salão em qualidade, quantidade de veículos e público presente do país.

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