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Com auxílio de um estetoscópio, o mêcanico da Copava verifica o barulho do motor ao lado do supervisor de serviços Rosenvaldo Moreira Filho (jaleco branco) | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Com auxílio de um estetoscópio, o mêcanico da Copava verifica o barulho do motor ao lado do supervisor de serviços Rosenvaldo Moreira Filho (jaleco branco)| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Que barulho é esse?

"Onomatopeicamente" falando, veja o que os sons mais comuns querem dizer:

Rangido ("nhec, nhec")

Barulho gerado pelos revestimentos das portas, painel dianteiro e outras peças feitas em plástico, que, com o tempo, se soltam, ressecam e passam a ser uma fonte geradora de ruídos no interior do carro.

Apito ("fiii")

Ruído tradicional das pastilhas do freio dianteiro, que é ocasionado pelo seu uso excessivo (atrito da pastilha gasta com o disco).

Estalos ("tec, tec, tec") e grunhidos

A suspensão pode gerar uma infinidade de ruídos que podem aparecer como estalos, provenientes de uma bucha de bandeja (borracha por onde passa o parafuso que fixa a bandeja – componente da suspensão – no carro) danificada, até grunhidos, provenientes de uma articulação sem lubrificação.

Máquina de escrever

Quando o problema é no propulsor, pode-se ouvir um ruído semelhante a um teclar de uma máquina de escrever contínuo ("tlec, tlec"), causado por um tucho hidráulico (peça interna do motor) descarregado em decorrência do baixo nível do óleo do motor.

Barulho no carro é uma problema que deixa qualquer motorista irritado. Ele aparece de um hora para outra e, dependendo da origem, é capaz de ocasionar pane no motor e graves acidentes. Alguns sons são característicos e de longe identificam o problema no automóvel, mas há outros que só um ouvido apurado consegue traduzir. Por isso, ao menor ruído fora do habitual procure ajuda especializada para evitar dores de cabeça.

Os barulhinhos inconvenientes surgem de várias maneiras, seja pelas condições das ruas e descuido dos usuários, ou pela idade avançada do veículo. Luciano Ferreira da Silva, supervisor de serviços da Copava, concessionária Volkswagen em Curitiba, tem uma boa maneira de avaliar se os ruídos passam dos limites: "Todo barulho que aparece com o tempo e que impede o motorista de manter a conversação com o passageiro, ou de ouvir rádio em volume normal, já é sinal de anomalia", explica o técnico.

Ao chegar à oficina, o veículo passa por um teste de rua para diagnosticar as causas dos rangidos. As mais comuns estão relacionadas ao sistema de freios, suspensão, motor e peças internas de acabamento.

Ferro com ferro

Quando o som irritante vem dos freios, o problema é fácil de identificar. "O ruído longo e agudo durante a frenagem, do atrito do ferro com ferro, indica que as pastilhas de freios estão com os dias contados. A troca delas e, em certos casos, do disco de freio, acaba com o incômodo", diz.

A substituição de peças também é a solução para eliminar aquela batida repetitiva e ininterrupta, semelhante a uma martelada seca, que surge ao trafegar por terrenos acidentados. "Isso significa desgastes dos componentes que integram o conjunto de suspensão, como buchas, bandejas e amortecedores", avalia o supervisor.

Batidas atrás

Outra fonte de ruído é o sistema de escapamento. Peças de sustentação do cano de escape, como braçadeiras e coxins, acabam soltando-se com o uso excessivo, o que provoca batidas seguidas na parte inferior do veículo. "A revisão periódica previne esse tipo de ocorrência e também o risco de deixar o escape pelo caminho", alerta Adevair Saragioto, proprietário do Top Escapamentos, na capital.

Ele aconselha ficar de olho no catalisador, que pode danificar-se com os constantes impactos em lombadas e saliências da pista. A cerâmica que reveste o interior e é responsável por "purificar" as tóxinas pode se desprender e os pedaços obstruírem a passagem dos gases, causando a perda de potência e superaquecimento do motor. "Em casos mais extremos, o propulsor chega a fundir", avisa. O barulho dos fragmentos da cerâmica no interior do catalisador lembra o de pedras soltas.

"Tlec, tlec"

O compartimento do motor exige atenção redobrada do usuário. Correia dentada e polias em geral, quando desgastadas, costumam produzir um chiado mais agudo. "Se a correia romper, por exemplo, o carro para de funcionar", alerta Rosenvaldo Moreira Filho, chefe de oficina da Copava.

Já o barulho contínuo, parecido ao da máquina de escrever ("tlec, tlec"), provavelmente é um aviso de que o nível do óleo do motor está baixo. "Evite andar com o veículo nessa condição. Verifique o nível do fluido e se não há vazamentos ou queima de óleo, comum em veículos com alta quilometragem. Fumaça escura saindo do escape significa algo de errado", observa.

Pequenos ruídos no motor só são detectados com a utilização de um estetoscópio, semelhante ao usado pelo médico, porém adaptado para a mecânica.

Ruído

No interior da cabine, o barulho costuma surgir nas portas e no painel. Conforme o tipo de ruído, um simples reaperto nos parafusos de fixação do painel ou lubrificação de uma fechadura resolve o defeito. Entretanto, em situações mais complexas, conforme explica Osmar Padilha Costa, gerente da oficina curitibana Eurocar, o tratamento antirruído poderá incluir a troca do forro das portas ou mesmo o desmonte da parte barulhenta (o painel frontal ou o forro da porta), adicionando no interior espumas adesivas, fitas de feltro ou silicone.

Costa diz que não é raro os ruídos aparecerem após a instalação de alto-falantes ou vidros elétricos. Como nestes casos é necessária a desmontagem da porta, muitas vezes o isolamento acústico de fios e outros componentes não é feito de maneira satisfatória. "Algumas presilhas de fixação podem quebrar na hora da retirada do forro e, mesmo assim, são reutilizadas ao invés de serem trocadas. Isso acarreta ruídos", salienta.

Todas essas situações exigem ouvidos bem atentos do motorista. Mesmo aquele ruído que necessite de um pequeno reparo pode se tornar um grande problema se não tratado corretamente. "Não se pode esquecer da manutenção preventiva. Com ela você gasta um pouco agora para não gastar muito e esquentar a cabeça depois", diz Luciano da Silva, supervisor da Copava.

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