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A fábrica da BMW em Araquari (SC) produz o Série 3 desde o mês passado. O modelo é o carro-chefe da marca no Brasil e no mundo | Divulgação
A fábrica da BMW em Araquari (SC) produz o Série 3 desde o mês passado. O modelo é o carro-chefe da marca no Brasil e no mundo| Foto: Divulgação

PR é 2º segundo mercado do país

"Nós somos o segundo maior concessionário de carros de nicho do país". A frase de Ricardo da Cunha Pereira, diretor da Euro Import, que congrega as marcas BMW, Jaguar Land Rover e MINI, resume a importância do Paraná nas vendas de veículos de luxo. O estado está atrás apenas do gigantesco mercado de São Paulo (veja infográfico).

Segundo Pereira, o consumo de carros premium é uma característica do estado. "Se levarmos em conta a proporção per capita, estamos em pé de igualdade com São Paulo", observa o executivo, considerando que no estado vizinho há um veículo premium para cada 1,9 milhão de habitantes, enquanto que no Paraná é um para cada 2,1 milhões de pessoas. "Estamos à frente de praças importantes economicamente como Rio de Janeiro e Minas Gerais", destaca. Além da capital paranaense, o grupo Euro Import está presente também em Londrina e Cascavel.

A Audi tem um carinho especial pelo Paraná, revela Thiago Lemes, diretor de Vendas da marca. A presença da fábrica em São José dos Pinhais no passado e o retorno dela em 2015 faz com que haja este laço, complementa.

A empresa das quatro argolas cresceu 60% em vendas no estado neste ano, bem acima dos 17% verificado por todo o segmento. "Cansei de chegar ao aeroporto (Afonso Pena) e ninguém falava da fábrica (de São José dos Pinhais) como sendo da Volkswagen e sim da Audi, mesmo sem a marca estar produzindo lá", diz Lemes.A Audi possui lojas em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel.

  • O Classe C será nacionalizado na planta de Iracemápolis (SP)
  • O A3 Sedan, ao lado do Q3, representa 65% das vendas da Audi

Enquanto as marcas de maior volume do mercado nacional amargaram queda nas vendas de 7,15% em 2014, as chamadas premium passarão a virada do ano com um reforço no estoque de foguetes. O segmento de luxo registrou 13% de alta em relação a 2013, segundo dados da Fenabrave (federação nacional que reúne os distribuidores de veículos). A Audi apresentou os melhores resultados, com uma evolução de 83% comparado ao ano anterior. Mercedes-Benz e BMW também não têm do que reclamar, com 22% e 4% de crescimento, respectivamente.

INFOGRÁFICO: Veja o índice de vendas do segmento de marcas de luxo no Brasil

Além de puxar a fila em 2014, a Audi também comemora o fato de ter cumprido já em outubro a meta de comercializar 10 mil carros neste ano. "Foi um período recorde para a Audi. Dobramos as vendas (12.256 unidades ante os 6.684 de 2013) e vamos terminar o ano como a marca que mais evoluiu no segmento premium", enfatiza Thiago Lemes, diretor de Vendas da Audi do Brasil. Só em novembro a montadora emplacou 1.256 unidades, um enorme salto em relação aos 477 veículos licenciados no mesmo período de 2013.

Boa parte deste sucesso está relacionado ao lançamento de novos produtos da marca, como o A3 Sedan, que passou a dividir com o crossover Q3 a linha de frente da Audi no país. Ambos respondem por até 65% do volume de vendas da gama alemã. "Também ampliamos a rede de concessionários. De 27 em 2013 para 40 neste ano. Hoje temos pelo menos uma loja em cada capital do Nordeste, além de uma no Norte. Pretendemos alcançar 70 concessionárias nos próximos dois anos e comercializar de 30 mil a 40 mil veículos no Brasil até 2020", projeta Lemes.

A BMW, por sua vez, manteve-se no topo entre as marcas premium que mais vendem em solo brasileiro. Só no mês passado, os emplacamentos subiram 9,7%, com 1.337 unidades contra 1.218 em novembro de 2013. No acumulado do ano, considerando os dados da Fenabrave até 22 de dezembro, a linha ascendente da BMW foi de 4%.

Para Ricardo da Cunha Pereira, diretor da Euro Import, autorizada BMW no Paraná, a evolução do segmento está atrelada a investimentos em fábricas no país, principalmente para 2015, quando, de acordo com o diretor , o volume previsto chegará à casa das 18 mil unidades licenciadas em cada uma das marcas alemãs.

Só o anúncio de nacionalização dos produtos, condição prevista pelo Programa Inovar-Auto para a redução da carga tributária, refletiu em ganho de mercado para as três montadoras, complementa Pereira. A BMW inaugurou em outubro a planta de Araquari (SC), de onde já sai o Série 3, principal produto da empresa bávara no Brasil e no mundo, e o X1. Em breve, a linha de produção brasileira ganhará a companhia dos modelos Serie 1 e X3, além do Mini Cooper Countryman. A Audi começará a produzir em 2015 o A3 Sedan e o Q3 no complexo Audi-Volkswagen, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Já a Mercedes-Benz fará o Classe C e o GLA na futura fábrica de Iracemápolis (SP).

Soma-se ainda o fato de as marcas oferecerem carros com valores inimagináveis até pouco tempo. Na opinião de Pereira, o consumidor desta faixa de preço já possui a percepção de que a "pernada para o próximo passo (automotivo) não está tão grande assim". "Percebo isso pelos usados que são colocados na troca por um novo. Recebo Jetta, Civic, Corolla, Tiguan e modelos da Hyundai. E não estou falando da aquisição de um carro de R$ 200 mil, mas agora de R$ 120 mil", salienta. Ele cita ainda que as taxas de juros no universo premium andaram subsidiadas em 2014 e foi possível até dar um balão com pagamento para daqui dois anos.

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