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O dragster do paulista Alejandro Sanchez detém o recorde de velocidade na reta de Pinhais: 403,2 km/h. No aquecimento dos pneus, a fumaça produzida pelo burnout leva o público ao delírio | Divulgação/Força Livre
O dragster do paulista Alejandro Sanchez detém o recorde de velocidade na reta de Pinhais: 403,2 km/h. No aquecimento dos pneus, a fumaça produzida pelo burnout leva o público ao delírio| Foto: Divulgação/Força Livre
  • Carros com tração traseira chegam a levantar a dianteira no momento da largada
  • Os bólidos que irão competir poderão aferir a potência real dos carros no dinamômetro
  • O paraquedas auxilia as máquinas a frearem no fim da reta

Todo ano, sempre nas primeiras semanas de dezembro, o mundo da velocidade no Bra­­­­sil gira em torno do Autó­dro­mo Internacional de Curitiba, em Pinhais. É quando ocorre o Festi­val Brasileiro de Arrancada, que fe­­cha o calendário nacional da modalidade no país. O evento chega a reu­­nir perto de 500 veículos em 23 categorias, atraindo um público digno de clássico de futebol: mais de 60 mil pessoas invadem a arquibancada, os camarotes e a área dos boxes nos quatro dias de disputas.

Este ano, o Festival comemorará a sua 16.ª edição entre os dias 10 e 13 dezembro. Na pista, os carros mais rápidos do Brasil cortam a reta de 402,5 metros em pouco mais de 5 segundos. O público muitas vezes se identifica com o carro que está competindo. Torcem, por exemplo, para um Gol ou um Opala, modelos que já ocuparam ou ainda estão na garagem de casa de muitos apreciadores de arrancada, destaca Eduardo Pe­­reira, diretor da Força Livre Mo­­torsport, organizadora do evento.

A vedete deste esporte lembra mais um foguete do que um carro de rua. O dragster é um tipo de veículo leve com motores extremamente potentes e que possui formato longo e pontiagudo, com enormes pneus traseiros e ro­­das diminutas na dianteira. São su­­permáquinas movidas a metanol e a nitrometano – combustível utilizado também por fo­­guetes – que fazem de 0 a 100 km/h em menos de 1 segundo.

Só para ter uma ideia da força de um dragster, ele chega a superar os 400 km/h, enquanto um Fórmula 1 não passa de 340 km/h. A velocidade é tão impressionante que só é possível parar o veículo com auxílio de paraquedas (embutidos na traseira). Os modelos da categoria Drag Top Álcool, a mais rápida da competição, com adição de até 20% de nitrometano, desenvolvem mais de 3 mil cavalos – seis vezes mais potente que o Ariel Atom 500 V8, de 500 cv, considerado o carro de rua fabricado em série mais rápido do mundo. O recorde da reta de Pinhais é de 403,32 km/h e pertence ao paulista Alejandro Sanchez, marca obtida na 3.ª etapa do Paranaense, em ju­­nho de 2008. "O motor Chevrolet V8 que equipa o meu dragster é capaz de gerar 3.200 cavalos, mas além de força, precisamos de tração. É necessário encontrar o equilíbrio ideal do conjunto pa­­ra que toda a potência seja transferida com sucesso para o solo", explica Sanchez, responsável também por trazer o composto VHT à pista paranaense. Trata-se de uma resina preta líquida e pegajosa, que dá mais grip (aderência) aos pneus.

Os carros de arrancada levam o público ao delírio já no aquecimento dos pneus. Antes de se alinharem no início da reta os competidores en­­tram dois em dois na pista para realizarem o burnout – aquela "fritada" de pneus, que levanta muita fumaça. Após a largada, são registradas cinco parciais: 60 pés (cerca de 18 metros), 100 m, 201 m, 300 m e 402 m. Sensores de velocidade, do tipo fotocélula, espalhados pelo trajeto captam o tempo de passagem do carro, explica Agno Oliveira, coordenador de cronometragem da Força Li­­vre Motorsport.

Conta também o tempo de reação do piloto – momento entre o sinal verde e o começo da arrancada.Vence a competição o piloto que conseguir o menor tempo de reação, somado ao menor tempo registrado para percorrer os 402 m de pista.

Além dos pegas, o Festival terá outras atrações, como encontro de clubes de carros, exposições de miniaturas e um dinamômetro, aparelho que afere a potência real dos motores. Atrás dos boxes será montada a Galeria Nitro Alley, que reunirá 19 marcas expondo as últimas novidades do segmento, e também uma pista de autorama de arrancada, com 11 metros de comprimento. Haverá ainda parque infantil com piscina de bolinha, pula-pula, entre outros brinquedos. O Waterball, uma bolha na qual a pessoa fica dentro "flutuando" so­­bre a água, também promete chamar atenção do público.

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Serviço:

16º Festival Brasileiro de Arrancada. Data: 10 a 13 de dezembro. Horário: das 9 às 17 horas. Ingressos: Ar­­qui­­bancada – 1 kg de alimento (quinta), R$ 10 (sexta), R$ 15 (sábado e domingo). Credencial box masc. – R$ 60 (todos os dias) e R$ 40 (só domingo). Cre­dencial box femin. – R$ 40 (todos os dias ou só no domingo). Meia-entrada para estudantes na arquibanca. Idosos e menores de 10 anos não pa­­gam. Mais informações: www.festivalforcalivre.com.br.

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