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Enfrentar quatro mil quilômetros, cruzando três países, a bordo de suas baratinhas do início do século passado foi a façanha de seis integrantes do Clube do Fordinho do Paraná. Eles partiram de Curitiba com destino a Lujan, cidade situada a 75 quilômetros de Buenos Aires, onde ocorreu o 4º. Encontro Internacional de Ford A.

Com os modelos Phaenton (1928 e 1929), Tudor ( 1929) e três Roadster 1929, os antigomobilistas Nelson Fidelis, Raul Beltrami, Sérgio Paulo Cordeiro Gonçalves, César Lúcio Allenstei, Celso Antônio Rausch e Erdison José Ávila enfrentaram 11 dias de viagem, sete dos quais cruzando estradas do Brasil, Uruguai e Argentina, numa velocidade média de 60 km/h. "Às vezes alcançávamos 80 km/h", orgulha-se Raul Beltrami, presidente do clube paranaense e idealizador da aventura intercontinental.

A programação previa percorrer 500 quilômetros por dia para não forçar as raridades e os próprios aventureiros, a maioria com mais de 60 anos de idade. Logo na primeira etapa as "baratinhas", como ficaram conhecidos os modelos daquela época, mostraram que apesar do tempo mantinham a mesma resistência que os consagraram como os carros mais confiáveis da primeira metade do século 20. Percorreram 150 quilômetros a mais do previsto e só não seguiram adiante porque o calor desmotivou os fordequeiros.

O trajeto até Lujan teve pequenos contratempos já previstos pelo grupo como pneu furado e a quebra do jumelo (peça móvel que liga uma das extremidades do feixe de mola ao chassi) e do suporte do dínamo. "Muito pouco pelo idade destes veículos. Isso prova que são verdadeiros tratores", descreve Beltrami. Durante o encontro, os brasileiros se surpreenderam com o estado de conservação dos exemplares de Ford A em exposição. O caminho de volta foi feito via Foz do Iguaçu. Mais 2 mil quilômetros cumpridos com a mesma eficiência da ida. A autonomia dos carros também chegou a surpreender seus donos. Dos 150 quilômetros previstos para cada tanque, os Fordinhos alcançaram com sucesso os 250 quilômetros e nenhum dos modelos sofreu a pane seca.

Além da troca de experiência entre os colecionadores e de várias peças compradas nos ferros-velhos, os seis integrantres do Clube do Fordinho-PR trouxeram na bagagem a certeza de que este ano, provavelmente em maio, ocorrerá o 1.º Encontro Internacional de Ford A no Brasil.

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