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Faróis grandes angulosos com máscara negra e falso quebramato na grade dianteira são os pontos fortes do visual da Escapade | Fotos: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo
Faróis grandes angulosos com máscara negra e falso quebramato na grade dianteira são os pontos fortes do visual da Escapade| Foto: Fotos: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo
  • As lanternas foram emprestadas do 1007, monovolume vendido na Europa
  • As barras de teto são integradas ao rack sobre a cabine
  • As caixas de roda invadem pouco a caçamba, o que resulta em maior espaço
  • Ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico são alguns dos itens de série
  • Mostradores de fundo branco, painel central digital e detalhes cromados

A cabine estendida e dupla são as configurações da moda hoje en­­tre as picapes compactas. Elas estão presentes nas líderes de ven­­da Fiat Strada e VW Saveiro. Por­­tanto, supõe-se que para brigar pelo mercado neste segmento é indispensável esticar a cabine. Talvez, mas a Peugeot não se preo­­cupou com isso quando lançou a Hoggar (pronuncia-se "ô-gár"). Preferiu concentrar em ou­­tros dois quesitos para con­­quis­­­tar o consumidor: dirigibilidade e capacidade de carga.

Fizemos uma avaliação na ver­­são Escapade 1.6 flex e constatamos que a Hoggar pode sobreviver com o habitáculo menor que o dos concorrentes. A opção top de linha não tem um apelo tão forte para o trabalho quanto as versões X-Line (R$ 31.400) e a XR (R$ 35.500), ambas com motor 1.4 flex. O próprio preço de R$ 43.500 a afasta de quem vê no carro o propósito "comercial". Nem por isso, a imensa caçamba, 742 kg de carga útil ou 1.151 litros (o maior volume da categoria), deixa de ter sua utilidade. Pode-se, por exemplo, acomodar com sobra uma motocicleta de grande porte. Contribui o fato das caixas de roda pouco invadirem o espaço para carga.

A Escapade tem a cara de quem curte esportividade. O quebramato estilizado na cor cinza transmite essa ideia. Ele casou bem com o enorme "bocão" do para-choque (entrada de ar frontal), que parece ter recebido um aparelho ortodôntico. As barras que contornam a cabine e os es­­tribos laterais reforçam ainda mais o design aventureiro.

A picape sai de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, além de vidros e travas elétricas, rodas de liga leve aro 15. Po­­rém, diferentemente da perua 207 Escapade, da qual é derivada, não traz de série sensor de chuva e computador de bordo. O acabamento também é mais simples e não tem aplique de tecidos nas portas, por exemplo. Contudo, os assentos feitos com tecido texturizado e a nomenclatura bordada da versão são confortáveis e se encaixam bem ao corpo.

Detalhes cromados que parecem alumínio, nas maçanetas, manopla do câmbio e pedaleiras, dão a sensação de estar em um carro de categoria superior. O úni­­co opcional é o duplo air bag, que encarece o modelo em R$ 1.700. Demais itens que equipavam a unidade avaliada, como estribos laterais, rádio, protetor de caçamba e capota marítima, compõem uma generosa lista de acessórios, que precisam ser instalados na concessionária. A lamentar a au­­sência de freios ABS, que Peu­geot estuda suprir numa segunda fase do projeto.

Apesar de não vir com a cabine estendida, a Hoggar tem espaço atrás dos bancos (120 litros, na medição da fábrica) suficiente para levar mochilas ou uma mala média. A ideia dos degraus nas laterais da caçamba foi aproveitada das rivais Montana e Saveiro, mas inovou ao fazer deles uma saída para o ar da cabine.

A Escapade é boa de dirigir, no estilo da Saveiro: firme, sem ser arisca. São 113 cavalos de potência máxima e 15,5 kgfm de torque. Dá para esquecer a caçamba lá de trás e acelerar como se fosse um carro de passeio. O entre-ei­­xos da picape é 30 cm mais longo que o dos demais modelos 207, o que traz respostas mais lentas no zigue-zague da cidade (e também reações mais calmas na estrada). Em­­bora demore um pouco a reagir em baixas rotações, a motorização esbanja vigor quando o giro sobe e o carro acelera de forma consistente e até um tanto ruidosa – o que é agravado pelos pneus de uso misto. Apesar disso, o isolamento acústico inibe bastante a entrada do som. No consumo, a picapinha mostrou-se bastante econômica, fazendo uma média de 8 km/l na cidade e 10,5 km/l na rodovia, abastecida com etanol.

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