• Carregando...
Com apenas 174 kg e assento a 78,5 cm do solo, a Kawasaki ER-6n é boa companheira para uso urbano. O motor bicilíndrico tem 72,1 cv de potência máxima | Gustavo Epifânio / Infomoto
Com apenas 174 kg e assento a 78,5 cm do solo, a Kawasaki ER-6n é boa companheira para uso urbano. O motor bicilíndrico tem 72,1 cv de potência máxima| Foto: Gustavo Epifânio / Infomoto
  • Conjunto – farol e painel – ajuda a desviar o vento em velocidades de até 120 km/h
  • Painel tem velocímetro analógico e conta-giros digital, que dificulta a leitura
  • Traseira tem lanterna com LEDs, alça para garupa, mas pouco espaço para bagagem
  • Escapamento sob o motor ajuda a centralizar o peso da moto

A Kawasaki ER-6n é o tipo de moto racional. Sem despejar mais de uma centena de cavalos na roda traseira e com um visual moderno, porém seguindo a tendência da maioria das concorrentes, essa naked japonesa não chega a despertar paixões à primeira vista. Mas no uso diário demonstra algumas qualidades, como facilidade de pilotagem e motor elástico, que fazem dela uma boa alternativa para quem quer uma motocicleta para a cidade e que tenha fôlego também para viagens.

Montada em Manaus (AM) e co­­tada a R$ 25.550 na versão standard, é a naked de 600 cc mais em conta do mercado nacional. Mas em vez de um propulsor de quatro cilindros em linha, como as concorrentes, a Kawasaki ER-6n tem mo­­tor de dois cilindros paralelos com 649 cm³ de capacidade. Ali­­men­ta­do por injeção eletrônica, com re­­frigeração líquida e duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), oferece 72,1 cavalos de po­­tência má­­xima a 8.500 rpm e 6,7 kgfm de torque a 7.000 rpm. Se­­melhante ao utilizado na polivalente Versys 650, o bicilíndrico é mais potente nesta naked e garante mais força em altas rotações. Por outro lado, exige mais trocas no câmbio de seis marchas ao se rodar na cidade.

Nesta versão, lançada no exterior em 2009, a Kawasaki ainda caprichou para reduzir as vibrações transmitidas ao piloto. Insta­lou coxins de borracha na fixação do motor, no suporte do guidão e também uma cobertura nas pedaleiras. Com isso, a vibração característica dos bicilíndricos ficou praticamente imperceptível.

Polivalente: cidade e estrada

Seu baixo peso a seco – apenas 174 kg – e o assento a somente 78,5 cm do solo a tornam uma ótima companheira para rodar no trânsito urbano. Bastante ágil, em função de seu grande ângulo de esterço, e fácil de pilotar, a ER-6n é uma boa pedida para os iniciantes em motos maiores.

O quadro de aço em treliça e o motor formam um conjunto estreito, permitindo ao piloto manter os joelhos e pés bem próximos. O que garante confiança e também uma confortável posição de pilotagem. A sua frente, o motociclista enxerga um belo e completo painel com desenho triangular que combina muito bem com o conjunto óptico. Entretanto, a Kawasaki optou por usar um velocímetro de leitura analógica e um conta-giros digital, que é difícil de ler, principalmente em alta velocidade em rodovias.

Aliás, o design do farol é o que mais chama atenção na ER-6n, ape­­sar de seguir a tendência atual. Posicionado quase que de forma ver­­tical, o conjunto – farol e painel – ajuda também a desviar o vento em viagens. Pelo menos até 120 km/h, já que acima disso, como em toda naked, o motociclista segura o ar "no peito". Outro destaque do de­­sign são as luzes de direção dianteiras posicionadas nas aletas do radiador, conferindo um visual bastante limpo ao conjunto dianteiro.

No quesito autonomia, a ER-6n também não faz feio. Em estrada, rodou 20 km/litro, o que significa uma autonomia de mais de 300 km com o tanque de 15,5 litros. Na cidade, o consumo médio não foi muito melhor: 21 km/l.

Ergonomia

Seu estreito quadro em treliça traz um conjunto de suspensões voltado para o conforto. Na dianteira, garfo telescópico convencional; já na traseira, um diferenciado mo­­noamortecedor fixado lateralmente. Absorve, na medida do pos­­sível, as imperfeições do asfalto urbano e mantém a ER-6n estável em viagens.

Os freios são outra boa surpresa. Na dianteira, os dois discos de 300 mm em forma de margarida, além de belos, são eficientes. E na traseira, um disco simples de 220 mm de diâmetro dá conta do recado. Resumindo, com uma ciclística equilibrada e seu baixo peso, o sistema para com eficácia a ER-6n. O consumidor ainda pode optar por uma versão com freios ABS (por R$ 27.770).

Como já citada, a posição de pilotagem e os comandos da moto são um dos pontos fortes dessa Ka­­wasaki. Com as pernas ligeiramente flexionadas e as costas eretas, a grande maioria dos motociclistas sente-se confortável e tem fácil acesso ao guidão e aos comandos nos punhos. O banco é ideal para a cidade e garante o conforto na es­­tra­­da pelo menos na primeira ho­­ra, já que apesar de ergonômico, tem uma espuma de baixa densidade.

Preço

Projetada para ser um modelo de entrada no segmento de 600 cc, o modelo agrada até mesmo motociclistas mais experientes e racionais. Principalmente aqueles que têm na moto seu principal meio de transporte. Afinal, no dia-a-dia, nem sempre semiguidões e suspensões rígidas demais são confortáveis. E para quem roda todos os dias com a moto, um motor de quatro cilindros em linha e cavalaria máxima na casa dos três dígitos podem significar alto consumo de gasolina e custo de manutenção. Dessa forma, quem usa a razão e busca uma moto para rodar diariamente tem nessa naked de dois cilindros uma boa opção.

Outro ponto a favor da Kawasa­ki ER-6n é seu preço inferior às concorrentes japonesas tetracilíndricas: Yamaha XJ6 sai por R$ 28.600; a reformulada Suzuki Bandit 650, R$ 29.900; e a líder da categoria Hon­­da CB 600F Hornet custa R$ 33.360 na versão standard.

Porém, desista do modelo se o que você procura é uma motocicleta com desempenho mais esportivo. Se for este o caso, pense na Kawasaki Z 750 ou na própria Honda CB 600 F Hornet. A ER-6n deixa um pouco de lado a paixão e apela para a razão na hora de conquistar o motociclista.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]