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Vídeo | Reprodução/ParanáTV
Vídeo| Foto: Reprodução/ParanáTV

Um GT 302 V8, ano 74, circulando pelas ruas é uma cena bastante rara de se ver. Dizem que esta versão é a "mosca branca" do mítico esportivo da Ford. Um Maverick personalizado "a la Mustang Shelby" então é quase impossível. Quase, se não fosse a criatividade, e persistência, do empresário Douglas Ribeiro do Carmo, de 27 anos. É dele o único exemplar que desfila por Curitiba. Com o mesmo visual só em São Paulo, na garagem do rei da customização no país, Fernando Baptista, o Batistinha.

O proprietário do Maverick, que também é carinhosamente chamado de "Mavecão", não pensou duas vezes ao ir na contra-mão da maioria dos cultuadores de automóveis antigos. Ao invés de priorizar a originalidade do veículo, ele se preocupou em construir um belo "muscle car", como são conhecidos os veículos com aparência agressiva e grande potência por debaixo do capô. No interior é possível encontrar detalhes originais como o banco tipo concha, o painel e o volante. Apenas os relógios medidores e uma tela de DVD denunciam a transformação.

Até chegar à máquina que hoje desperta olhares curiosos por onde passa, Carmo teve muito trabalho para garimpar a versão GT 74, chassi LB5-E. Foram seis meses de incessante procura. "Em Curitiba achei, mas pelo dobro do valor que eu pretendia gastar. Resolvi recorrer à internet quando, finalmente, encontrei o modelo desejado. Pertencia a um negociante de carros de Porto Alegre (RS)", conta.

Durante os seis meses de recuperação e customização, era o próprio dono quem se encarregava de ir atrás das peças. Algumas originais do Mustang GT 500, vindas dos Estados Unidos, como o "kit Shelby" formado por lanternas mais largas, faróis diferenciados, grades dianteiras e a tampa de combustível personalizada.

Na pintura, mais um toque especial. O branco original foi trocado pelo vermelho cadmium, característico dos modelos da época, com uma pitada de cor laranja. Isso criou um efeito interessante na tonalidade, dependendo da luz que incide sobre a lataria. Se for natural (sol), a aparência do carro é avermelhado. Agora, com luz branca e à noite, a impressão é de estar diante de uma pintura alaranjada. "Tem gente que pensa até que eu tenho dois exemplares, um de cada cor", afirma Carmo.

A preparação do "street rod" também seguiu um conceito personalizado. Do motor aspirado original V8 de 5.0 litros só sobraram o bloco e o virabrequim. Entraram pistões e bielas forjadas, cabeçotes preparados e comando de válvulas novos. "Coloquei um kit da Edelbrock que agrega o comando e a corrente dupla, válvulas, molas, pratos e travas", descreve. Na admissão, acima do coletor performer RPM, trabalha um carburador Quadrijet, com 500 cfm de vazão. De acordo com o dono, o propulsor desenvolve 260 cavalos e, se preciso, sobe para 340 com o nitro.

Em breve, ganhará motorização ainda mais forte, rodas 18" (dianteira) e 19" (traseira) – as atuais são 17" (d) e 18" (t) – e aerofólio.

Para completar, não poderia faltar um nervoso conjunto de som, com direito a um DVD, alto-falantes de um kit 2 vias na dianteira – tweeters sobre o painel – e um quarteto de triaxiais no tampão. O som é empurrado por dois módulos, dois subwoofers e amplificadores.

Carmo contou com uma ajuda especial ao iniciar o projeto do custom: o pai José Ribeiro do Carmo, de 62 anos. É dele que o empresário herdou a admiração pelo cupê da Ford. Logo aos 3 anos de idade, ele passou a ser embalado pela melodia grave do motor V8 saída de um "Mavecão" GT 78 amarelo comprado pelo pai. "Além do apoio financeiro e psicológico, ele procurou as peças comigo. Indicou, inclusive, o capô com as duas entradas de ar salientes, que não vinha no GT 74 e deu outro visual ao carro", revela o filho, em tom de agradecimento .

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