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O bancário Paulo Costa, de 38 anos, é uma dessas figuras que ajudam a manter vivo antigos ditados como "nunca julgue o livro pela capa" ou "as aparências enganam". Quem o vê no trabalho, de terno e gravata, ou a bordo do pequeno Renault Twingo, com motor 1.0, não imagina seu verdadeiro estilo de vida. Aliás, até pouco tempo, nem mesmo os colegas de banco conheciam o "outro lado" do curitibano.

Assim que desata o nó da gravata, Costa revela sua filosofia "bad boy". Pelo corpo, diversas tatuagens com dizeres do tipo "Vida Livre" e "Morte Digna". Mas é na garagem que ele guarda a maior definição de sua personalidade: um Maverick GT V8 302, ano 75, que rende quase 500 cavalos. "Curto tatuagens, motores potentes e muscle cars", resume o bancário, que herdou do pai o gosto por velocidade. "Ele corria em rali com um Corcel I e eu ia assisti-lo", recorda.

Desde que adquiriu o "Mavecão", há dois anos, Costa não pára de personalizá-lo. Partindo do projeto idealizado pela Jasper Motor Garage, oficina especializada da capital, foram retrabalhados os dutos dos cabeçotes, adicionadas válvulas maiores da Manley e carburação Holley 750 cfm, além de vários outros componentes que deixaram o motor ainda mais nervoso – só o kit Snyper de nitro se encarrega de despejar mais 150 cavalos. Um scoop (entrada de ar) em alumínio polido, localizado sobre o capô e inspirado no filme Mad Max, "refresca" o esquentado V8.

A suspensão permaneceu original, recebendo apenas buchas de poliuretano, que possibilitam maior capacidade de torção ao conjunto eixo/chassi. As rodas estilo "palito", de cinco raios, leva aro 17" x 7" na dianteira e 17" x 10" na traseira, enquanto que os pneus Yokohama têm dimensões 225/40 R17 (dianteira) e 265/45 R17 (traseira).

Por fora, a exclusividade da pintura acompanhou o conceito de competição apreciado pelo dono. O amarelo que toma conta da parte superior do possante saiu do catálogo da Ferrari. Já a faixa vertical, localizada entre a porta e a roda dianteira, foi desenhada por um especialista em pintura para carros da Stock Car. Detalhe: traz estilizado a inscrição "V8".

Da linha da cintura para baixo, a lataria recebeu a tonalidade prata com chumbo. A idéia foi retirada do programa Overhaulin, do canal de assinatura Discovery Channel e sob a batuta do mago em construir esculturas sobre rodas, o norte-americado Chip Foose. Tudo usando pigmento da marca PPG, utilizada por Ferrari e Maserati, após jateamento de areia na carroceria.

Internamente, Costa reforçou a esportividade do veículo com a costura em amarelo no estofamento de couro, tapetes e tampão personalizados com a sigla GT e instrumentação completa com manômetros de água, combustível, óleo, nitro e um vacuômetro. Conta-giros e relógio digital no lugar do modelo original da Ford completam o projeto da cabine.

E as mudanças não param por aí. O bancário promete apimentar ainda mais seu muscle car. Há um ano ele vem comprando peças em catálogos norte-americanos pela internet. Também conta com a ajuda da família para equipar o Maverick. "O Gabriel e o Kauê (filhos de 8 e 19 anos, respectivamente) participam na escolha dos componentes. Já a Mônica (esposa) me presenteia no aniversário e no Natal com acessórios", ressalta.

Costa pretende com as constantes alterações concretizar um velho desejo de participar das provas de arrancada. "Com nitro, a potência deve ficar entre 650 a 700 cavalos", prevê. Até os pneus de dragster integram a lista de itens. "Meu sonho é ver o carro empinado. Hoje, a frente já sai do chão. Com os pneus largos, ficará mais fácil", completa.

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