Mude os hábitos no carro e ajude o planeta

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Aproveitando a bandeira da conscientização ambiental empunhada pela Stock Car V8 Brasil a partir da "Corrida Verde", realizada em Pinhais recentemente, o piloto Chico Serra, 52 anos, tricampeão da categoria, chama a atenção para atitudes do dia a dia do motorista de rua que acabam favorecendo o gasto desnecessário de combustível e a consequente emissão de gases poluentes pelos automóveis. E dá dicas para mudar alguns vícios prejudiciais ao meio ambiente.

Provavelmente você já entrou no carro, deu a partida no motor e so­­men­­te depois colocou o cinto de se­­gu­­rança, regulou os espelhos retrovisores e até mesmo escolheu um CD no porta-luvas para ouvir música durante o trajeto. Entre o girar da chave e o primeiro movimento das ro­­das se passaram vários segundos com o propulsor ligado, consumindo combustível e jogando mais ga­­ses poluentes na atmosfera. Você deu a sua parcela de contribuição pa­­ra o au­­mento de ga­­ses tóxicos na at­­mos­­fera. Mas não se sinta o pior do motorista, tal procedimento é corriqueiro desde a invenção do automóvel.

Nunca é tarde para mudar esse hábito. Para tanto, Chico Serra orienta um procedimento bastante simples: acomodar-se no carro, fazer todos os ajustes necessários para a boa dirigibilidade e só ligar o motor na hora de sair. Fácil, né?

Outra medida que qualquer um pode adotar: a pressão correta dos pneus, especificada no manual, desempenha um papel fundamental no gasto de combustível. De acordo com uma pesquisa feita pela Bridgestone na América Latina, um em cada seis motoristas dirige com a pressão dos pneus abaixo da recomendada. Veja que espantoso: somente no continente sul-americano, este descuido simples gera um gasto em excesso de 660 milhões de litros de combustível, atirando mais de 1,5 bilhão de quilos de dióxido de carbono excedente na atmosfera. "Só por que não calibramos os pneus!", diz o corredor da equipe Hot Wheels Racing.

Os pés também são importantes no consumo do carro. Apoiá-los nos pedais é um vício de muita gente que dirige nas cidades, com o uso frequente da embreagem e do freio. Es­­te hábito aumenta a poluição, ‘roubando’ potência do motor. Quem tem carro com transmissão automática e dirige pelas ruas também tem o costume de apoiar o pé no pedal do freio sem deixar o câmbio na posição neutra. "Além de aumentar o consumo de combustível, as pastilhas e discos de freio tendem a acabar muito mais rápido que o normal – e isso também gera poluição desnecessária, já que leva a uma troca precoce das peças", afirma o ex-piloto de Fórmula 1.

Ao estacionar o veículo, outros cuidados que merecem destaque. Primeiro desligue o carro e em seguida todos os acessórios e itens que consomem energia (ar-condicionado ou ventilação forçada, som, carregador do GPS ou do celular, por exem­­plo). Assim, quando der a partida novamente, estes dispositivos estarão desligados e não exigirão força extra do motor. "Será mais um pouquinho de combustível poupado", lembra.

Para quem costuma pegar a estrada ou vai fazer uma viagem de fim de semana ou nas férias, Serra dá ou­­tra dica: fechar as janelas do seu carro, mesmo que ele não tenha ar-condicionado. "Os vidros fechados reduzem o consumo de combustível já a partir dos 50 km/h (quando a aerodinâmica começa a fazer efeito)."

Não carregue peso excedente. Es­­quecer malas, roupas e outros artigos no banco traseiro ou no porta-malas aumenta o peso do veículo e o esforço do motor para manter a mesma velocidade – gastando mais combustível. A orientação do pi­­loto de Stock Car ao viajar pelas estradas é manter uma velocidade constante, de preferência entre 80 e 90 km/h. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos revelou que dirigir acima do limite permitido aumenta o gasto de combustível em até 25%. Por isso, vá com calma. Você economiza, ajuda o planeta e evita acidentes.

E, finalmente, fica o ensinamento de Serra para a próxima vez que você for sair de carro: "Vamos poupar o meio ambiente com algumas medidas simples, que, somadas a outras pequenas atitudes individuais, vão resultar em volumes gigantescos de poluentes não lançados no ar – que nós próprios respiramos."