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O custo dos carros adaptados ainda faz com que o transporte coletivo seja a principal alternativa para o deslocamento das pessoas com deficiência. Usuários e prefeitura de Curitiba reconhecem que as condições ainda estão longe das ideais mas o poder público tem consultado as entidades para oferecer melhorias ao sistema. As linhas principais, ligeirinhos e ônibus expressos, contam com plataformas nos tubos e terminais para tornar possível a acessibilidade, no entanto, há muito o que se fazer nas linhas normais e alimentadores.

Atualmente, a Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo na capital, tem 34 mil deficientes cadastrados como usuários do sistema, que possuem cartões especiais e metade deles ainda têm direito a acompanhantes. "De acordo com o nosso cadastro, procuramos atender às necessidades desse público e o telefone 156 auxilia no contato dos portadores de necessidades especiais com a prefeitura", explica Élcio Karas, gerente de vistoria do transporte coletivo da Urbs.

Tirando expressos e ligeirinhos, atualmente 15% dos ônibus das linhas normais são equipados com elevadores e box para cadeirantes. "Em agosto, quando está prevista a renovação da frota, teremos mais 80 ou 90 novos ônibus já adequados ao transporte de pessoas com necessidades especiais", conta Élcio Karas.

Problemas

Para o presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), Mauro Nardini – que nos últimos meses tem sido usuário do sistema de transporte coletivo, em função de um acidente sofrido com seu carro adaptado –, Curitiba pode ser considerada uma das cidades que têm uma estrutura razoável para atender às pessoas com deficiência, mas existe uma grande demanda de ônibus adequados nos bairros da cidade. "O problema principal é chegar aos tubos e terminais. As calçadas não são próprias para os cadeirantes e praticamente não existem alimentadores com elevadores", afirma.

Outro problema apontado por Nardini é a manutenção dos elevadores instalados nos tubos. Boa parte deles não funciona e não existem rampas como alternativa para o embarque. "É preciso deixar de lado a questão estética e dar mais atenção à funcionalidade", observa.

Para o presidente da ADFP seria necessário um treinamento maior para motoristas e cobradores que prestam serviço nos ônibus equipados com os elevadores. "Não basta que o cobrador aciona o elevador, o ideal é que ele auxiliasse na colocação correta da cadeira dentro do box próprio e até, em muitos casos, pedisse para que as pessoas que ocupam o espaço destinado aos deficientes deixassem livre o local para a cadeira de rodas", analisa. Para Nardini, também ajudaram o treinamento e palestras para que o serviço fosse realizado de forma correta.

Inovações

Os novos ônibus da frota curitibana, adequados para o transporte de pessoas com deficiência, já serão equipados de acordo com as normas estabelecidas pela legislação federal. As cadeiras de rodas ficarão no mesmo sentido da marcha do ônibus e não mais lateralmente, além de terem fixadores para as rodas e cintos de segurança para o cadeirante. "Como é hoje, as freadas dos ônibus fazem com que as cadeiras sejam sacudidas, provocando desgaste nos eixos", explica.

Na renovação da frota, o presidente da ADFP elogia o trabalho desenvolvido pela Urbs, que, desta vez, ouviu a entidade para instalar as adequações necessárias. "Foi importante, porque alguns detalhes puderam ser modificados para dar maior segurança aos usuários", afirma.

Outra sugestão apresentada por Nardini é quanto à identificação dos veículos também na traseira. Hoje, o logotipo que identifica o ônibus como especial está apenas no vidro dianteiro. "Para o embarque dos cadeirantes é necessário que o ônibus fique mais tempo no ponto do que o normal, isso acaba formando filas de carros que buzinam, dependendo do horário. A identificação na traseira faria com que os motoristas que param atrás ficassem cientes que o tempo de demora é maior." Também o tempo de trajeto dessas linhas, na opinião de Nardini, deveriam ser diferenciados, uma vez que é gasto mais tempo para o embarque.

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