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Confira a ficha técnica do veículo |
Confira a ficha técnica do veículo| Foto:
  • A mudança visual foi discreta. A grade frontal ficou maior para melhor arrefecimento do motor V6
  • Sensor de estacionamento e aerofólio são exclusivos da versão flex
  • O interior não traz requintes, mas é agradável aos olhos
  • A Sport Flex vem com fundo branco no quadro de instrumentos
  • Sistema de som com bluetooth, MP3 e USB

Itatiba (SP) - Depois de ser pioneira no mercado brasileiro ao lançar em 2007 o Pajero TR4 Flex, o primeiro utilitário esportivo nacional movido com os dois combustíveis, a Mitsubishi inova mais uma vez e agora apresenta o primeiro motor V6 a "beber" gasolina e álcool. O propulsor de 3.5 litros equipa o Pajero Sport Flex, que chegará às concessionárias na segunda quinzena deste mês em versão única de acabamento, com câmbio automático de quatro marchas e potência máxima de 205 cavalos e 32,3 kgfm de torque (quando abastecido com álcool).

A novidade custará R$ 109.990 e ficará posicionada acima do TR4 e abaixo do Pajero Full. Nessa versão intermediária permanece o motor a diesel, de 2.5 litros e quatro cilindros – R$ 115.490 (manual) e R$ 119.990 (automática). Todos possuem tração 4x4 e reduzida. A Mitsubishi já anunciou que o propulsor bicombustível irá equipar outros modelos da marca – o próximo deverá ser a picape L200.

Além do novo motor, o Pajero Sport Flex traz ligeiras mudanças no visual, as mesmas da versão a diesel para 2010. O para-choque dianteiro ganhou design arredondado nas extremidades e passou a incorporar as novas molduras das luzes sinalizadoras de direção. A grade dianteira foi reformulada para garantir maior capacidade de arrefecimento ao motor. As lanternas traseiras, redondas e diminutas, foram mantidas. O aerofólio posicionado sobre a parte superior da ampla tampa do porta-malas é exclusivo da versão V6 Flex e acentua o visual esportivo do SUV (do inglês, sport utility vehicles).

O interior não entrega grande luxo. Destaque para o painel feito em material emborrachado e para os detalhes do acabamento imitando madeira. Entre os itens embarcados estão ar-condicionado automático e um moderno rádio com bluetooth, entrada USB e conexão para iPod, além de sensor de estacionamento. Para um veículo nesta faixa de preço, é sentida a falta de um computador de bordo. O jipão vem equipado com freios ABS com EBD de discos ventilados e o air-bag frontal é duplo.

Para rodar com álcool, o motor ganhou novos filtro de combustível, injeção, central eletrônica, sede de válvulas, anéis e pistões, entre outras modificações. O tanque de combustível – agora de plástico para evitar a corrosão – teve sua capacidade aumentada de 75 para 90 litros em relação ao modelo anterior, só a gasolina. Isso porque a eficiência energética do álcool é cerca de 20% menor que a da gasolina, o que comprometeria a autonomia. Segundo projeções da Mitsubishi, o Pajero Sport Flex percorre de 3,5 a 4,5 km/l com álcool em trânsito urbano pesado e de 7 a 8 km/l na estrada. "É um consumo condizente com a proposta e características do carro", afirmou Paulo Ferraz, presidente executivo da Mitsubishi do Brasil.

Na avaliação feita pela Automóveis, Motos & Cia num trajeto de asfalto e de terra, em Itatiba (SP), o uso do combustível vegetal causou boa impressão. O característico ruído do propulsor a diesel dá lugar a um ronco mais suave, mas que ainda denuncia um V6. O Pajero mostrou valentia para superar lombadas e buracos, além de encarar trilhas leves sem problemas graças à suspensão robusta e ao sistema de tração 4x4 – na posição 4x2 o carro pareceu um tanto instável e apresentou discreta oscilação lateral. A direção assistida ampliou essa percepção.

No asfalto, o rodar ficou mais macio com a adoção dos pneus de uso misto ATR (todo-terreno) com perfil mais baixo (255/65) calçados em rodas de 17 polegadas. Nas ultrapassagens, porém, o conjunto motor e câmbio se mostrou um tanto moroso para empurrar as quase duas toneladas de peso. Segundo a Mitsubishi, a transmissão automática conta com um sistema adaptativo capaz de, após alguns minutos de rodagem, "entender" qual é o estilo de condução do motorista e calcular as trocas a partir dele.

O SUV pode ser encontrado em sete cores e tem dois anos de garantia. A projeção da marca é comercializar 200 unidades/ mês com motorização flexível e manter o volume de 300 unidades/mês do carro a diesel (80% delas A/T). A lista de concorrentes é extensa e inclui Toyota RAV4 (R$ 112 mil), Nissan Pathfinder (R$ 117 mil), Hyundai Santa Fé (R$ 112 mil), Chevrolet Captiva (R$ 110 mil) e Honda CR-V (R$ 100 mil). Mas nenhum deles é bicombustível.

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O jornalista viajou a convite da Mitsubishi.

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