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Scort e o Opala 77 YBL preparado  (à esq.)  com  motor de 3,5 mil cv e um enorme scoop saindo do capô | Fotos: Divulgação / Força Livre / Motor Sports
Scort e o Opala 77 YBL preparado (à esq.) com motor de 3,5 mil cv e um enorme scoop saindo do capô| Foto: Fotos: Divulgação / Força Livre / Motor Sports

Temporada 2011

Abertura do Paranaense neste fim de semana

O Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais, recebe neste fim de semana, das 9 às 17 horas, a abertura do Campeonato Paranaense de Arrancada 2011. A reta de 402 metros deverá contar com mais de 150 carros, divididos em 22 categorias, desde a Desafio (carros de rua) até a Dragster. "Depois da Stock Car, agora é a vez dos carros preparados de arrancada dar um show para o público", comenta o diretor administrativo da organizadora Força Livre Motorsport, Adalberto Monteiro. O ingresso diário é R$ 5 para as mulheres e R$ 15 para homens. No sábado, o bilhete dá acesso à área dos boxes.

O Paranaense foi eleito recentemente, pela segunda vez consecutiva, como o melhor campeonato do Brasil através de votação pela internet do "Prêmio Melhores de 2010 da Arrancada", organizada pela Revista Full Power e pelo site Dragster Brasil. A competição obteve 1.752 votos dos internautas, e superou o Brasileiro de Arrancada, que ficou em segundo com 995 votos, e outros quatro campeonatos.

A organização informa que o estacionamento para o público (atrás da arquibancada) estará fechado. A Força Livre, em parceria com a Provopar, também arrecadará donativos para as vítimas das chuvas que castigaram o litoral paranaense. A prioridade são alimentos, roupas, água mineral, colchões, leite, produtos de limpeza e higiene pessoal.

  • Na foto acima o mecânico paulista Renato Campitelli exibe sua paixão pelo ídolo
  • O paulista Alejandro Sanches posa ao lado de um fã. Ele é o piloto mais rápido do país, levando seu dragster a 403,32 km/h na reta de Pinhais (foto seguinte)

O arrancada não tem o glamour da Fórmula 1, nem o mes­­mo poder de exposição. Tam­bém não movi­men­­ta milhões de dó­lares em patrocinadores ou em salários milionários pagos aos pilotos da principal categoria do automobilismo mundial. Mas a paixão dos fãs por carros envenenados e pelos pneus "queimando" o asfalto é ca­­paz de criar no circo da arrancada ídolos capazes de levantar a ar­­qui­­ban­­cada, assim como faz Michael Schu­­­macher, Felipe Mas­sa e Fer­­nando Alonso na F1. Basta as­­sis­­tir a uma etapa da com­pe­tição pa­­ra identificar quais pilotos têm a ad­­miração e a tietagem do público.

O catarinense radicado em Curitiba Agenor Avelino Scortgagna Júnior, 45 anos, mais conhecido como Scort, é uma dessas figurinhas carimbadas da modalidade e, literalmente, arrasta multidões aos autódromos. "Felizmente tenho uma grande legião de fãs e quando eu entro na pista para tudo. Posso dizer que existe evento sem o Scort e com o Scort", afirma o piloto, que há 22 anos participa da modalidade.

O Big Bear (Grande Urso, apelido que ganhou pelo estatura e simpatia) sempre foi apaixonado por carros. Em 1989, comprou um Opala Comodoro 4100, ano 1977, batizado de Yellow Black Lethal (YBL) – o "Letal Amarelo e Preto", numa tradução livre do inglês –, com a intenção de realizar o sonho de participar das arrancadas. O veículo é o mesmo utilizado até hoje, com as modificações que permitiram evoluir na modalidade.

O Opala é impulsionado por um motor 8 cilindros que desenvolve impressionantes 3.500 cavalos de potência. Chama a atenção o scoop em alumínio que salta sobre o capô para refrigerar o envenenado propulsor. "Desde jovem eu equipava os carros para deixar do meu gosto. O que mais se assemelha a isso é a arrancada. Foi o caminho que acabei seguindo", diz Scort, também chamado de "piloto do povo".

O contemporâneo Alejandro Sanchez, há duas décadas envolvidos com as disputas e que já passou por quase todas as categorias, começou de maneira similar. "Sempre gostei de carros e de acelerar. A arrancada é a situação mais perto da realidade. Resolvi experimentar e gostei", explica.

Sanches é o piloto mais rápido da arrancada brasileira. Ele cravou com o seu dragster o tempo de 5s763 para a reta 402 metros, feito realizado em 2008 na pista do Velopark, em Nova Santa Rita (RS). Possui também a maior velocidade final já registrada em solo nacional, com 403,32 km/h nos 402 metros de reta em Pinhais.

A cada prova, a tietagem é enorme ao redor dos pilotos. São inúmeros pedidos de fotos e autógrafos e alguns atos de paixão extrema como os de fãs que tatuam os veículos. O mecânico Renato Campitelli, de Indaiatuba (SP), desenhou nas costas o Opala amarelo do ídolo Scort. Já o dragster de Sanchez está no corpo de uma admiradora. "É um privilégio ter o carinho dessas pessoas. A arrancada tem um público fiel que adora as provas. O mínimo que posso fazer é me dedicar, dar toda a atenção possível", ressalta Scort, que já tem plano para escrever um livro sobre a sua trajetória nas pistas.

Para Sanchez, o fato de a categoria permitir o acesso livre nos boxes, inclusive de pessoas menores de idade, facilita o contato entre o público e o piloto. "Essa abertura faz com que as pessoas cheguem perto dos carros e dos pilotos, façam perguntas e tirem fotos, principalmente os jovens. É a categoria de automobilismo mais democrática que existe e que agrada a todos", aponta.

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