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Tem pessoas que vivem um relacionamento duradouro com o seu carro. Seja pela identificação com o modelo e a marca, pelo carinho adquirido ao longo dos anos ou então pela falta de dinheiro para adquirir um veículo mais novo. Esse grupo geralmente ultrapassa a casa dos 150 mil quilômetros rodados e, por isso, deve ficar atento para manter o coração do automóvel funcionando em perfeito estado.

Um grande aliado à saúde do motor é a retífica. Ela é a responsável por "zerá-lo" como estivesse saído de fábrica, além de valorizar o carro numa futura venda. "O motor recondicionado tem a mesma durabilidade de um novo. Uma oficina com credibilidade irá repor as peças seguindo os padrões de medidas fornecidos pela própria montadora", destaca Francisco Miranda do Vale, técnico e sócio-gerente da Retífica de Motores São Francisco, no Boa Vista, em Curitiba.

A "reforma" do propulsor é indicada quando ele dá os primeiros sinais de que o fim da vida útil se aproxima. "Não se deve esperar o motor fundir para enviá-lo à retífica. Mesmo antes, os sintomas já estão presentes e podem ser detectados pelo próprio usuário", explica Eclair da Silva, diretor da Só Motores, no Hauer.

Entre os principais indícios de esgotamento estão o consumo excessivo de óleo e água (aquecimento rápido), perda da potência, ruído da parte superior e inferior do motor (desgaste das peças) e fumaça saindo do escapamento. "Assim que perceber essas alterações procure um técnico especialista. Não faça suposições otimistas achando que é um problema qualquer e não precisa de urgência", aconselha Eclair.

O custo para recondicionar um propulsor que ainda não fundiu é menor. Depois de comprometido, a recuperação apresenta um gasto mais elevado, já que os danos atingem um número maior de componentes. "Há situações em que a economia é de até 70%. No motor 1.0, por exemplo, uma retífica normal custa, em média, de R$ 1,2 mil a R$ 1,8 mil. Agora, se estiver um bagaço pode chegar a R$ 3,5 mil. Na motorização acima de 1.8, esse gasto pula de um mínimo de R$ 1,6 mil para R$ 5 mil", salienta o diretor.

A primeira vida do propulsor nos modelos nacionais de passeio não vai muito além de uma década de uso. Gira entre 150 mil e 200 mil quilômetros percorridos. Salvo os proprietários exemplares, fiéis aos prazos de troca dos elementos filtrantes e lubrificantes, que só utilizam produtos de qualidade e sempre monitoram a temperatura da água. Neste caso, a longevidade pode ultrapassar os 300 mil quilômetros.

O uso freqüente do veículo, ao contrário do que se imagina, prolonga a idade do motor. Que digam taxistas, representantes comerciais e frotistas, profissionais que utilizam o veículo como ferramenta de trabalho. Eles chegam a andar mais de 20 mil quilômetros no mês e realizam a retífica acima dos 350 mil quilômetros.

Segundo Carlos Dubois Sobrinho, proprietário da Irmac Motores e Transmissões, no Rebouças, quem costuma deixar o carro na garagem ou usa-o para trajetos curtos tem a vida do motor abreviada. No primeiro caso, o óleo lubrificante escorre para o cárter deixando algumas peças em contato metal com metal. Haverá o atrito e posterior desgaste quando o propulsor estiver acionado. "Se o período for muito longo este óleo tende a ‘secar’, o que afetará as bronzinas, provocando um ‘agarramento’ e dificultando a partida do motor", explica Dubois.

Já ligar e desligar o veículo num espaço reduzido de tempo faz com que o propulsor não atinja plenamente a temperatura de funcionamento. Em blocos de ferro fundido o desgaste é maior quando o motor trabalha em temperatura abaixo da recomendável. "Faz com que haja alterações dimensionais em alguns componentes mais sensíveis, que não suportam o expande-contrai repetidas vezes. A carbonização também é excessiva na região dos anéis", completa.

Serviço: Só Motores – Tel.: (0XX41) 3376-4622. Retífica São Francisco – Tel.: (0XX41) 3357-3346. Irmac Motores e Transmissões – Tel.: (0XX41) 3333-5115. Auto Mecânica Souza Bueno – Tel.: (0XX41) 3024-0888.

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