A Volkswagen demorou para apostar em utilitários esportivos com produção nacional que possam reverter em competitividade e, por consequência, ótimos números nas vendas. As marcas concorrentes se adiantaram e estão surfando no sucesso da categoria.
O T-Cross é o primeiro SUV nacional da VW. Feito em São José dos Pinhais (PR), o modelo é oferecido nas lojas com a expectativa de brigar pelos primeiros postos do segmento com Jeep Renegade, Honda HR-V, Hyundai Creta e Nissan Kicks.
O segundo 'made in Brasil' estreará no início de 2020. E traz uma particularidade: é um projeto genuinamente brasileiro, criado e desenvolvido pelos departamentos de Engenharia e Design da montadora no país.
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A novidade será um CUV, sigla inglesa para Veículo Crossover Urbano, atuando entre os carros de passeio e os utilitários, numa faixa de preço que vai de R$ 60 mil a R$ 75 mil. Ou seja, abaixo do T-Cross. Internamente, o projeto é chamado de CUV A0.
Seria uma espécie de 'WR-V' da Volks. Viria derivado do Polo - como o Honda veio do Fit -, compartilhando a mesma plataforma MQB A0 e semelhanças na motorização e dirigibilidade, mas com diferenças no desenho da carroceria.
E é no quesito visual que a marca alemã mais aposta para o sucesso do crossover compacto. "O desenho é muito diferente, nem parece um Volkswagen. Fizemos pesquisas do carro com consumidores, que ficaram encantados. Ele trará atributos que os rivais não têm", resume Pablo Di Si, presidente da Volkswagen para a América do Sul.
Além do próprio WR-V, o futuro lançamento brigaria com os aventureiros urbanos Chevrolet Onix Activ, Hyundai HB20X e Fiat Argo Trekking.
Já José Carlos Pavone, chefe de Design da VW e responsável pelo projeto, diz que a silhueta será inovadora, e que em nada lembra um carro do segmento de entrada. "Estamos desenvolvendo esse carro há três anos e é um orgulho vê-lo nascer do zero", destaca o diretor.
Pavone desconversou sobre o nome carro, mas a marca já teria registrado T-Sport no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
O crossover inteiramente feito no Brasil também está sendo testado por clientes da marca na Alemanha, dando a entender que a novidade sairá daqui para ganhar outros mercados.
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O carro sairá da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que teve as operações paralisadas recentemente para a adequação das instalações para receber o novo produto - os cerca de 4,5 mil funcionários ganharam até 15 dias férias coletivas entre fim de março e começo de abril.
A unidade de Anchieta trabalhava perto da capacidade máxima de 1.100 unidades, o que obrigou uma ampliação da estrutura e certamente a migração de versões do Polo para a fábrica de Taubaté (SP) - além do hatch premium, Virtus e Saveiro são feitos lá.
A VW diz que seu produto inédito terá um elevado volume de produção, possivelmente acima de 60 mil exemplares/ ano.
Segundo o presidente da VW, o CUV usará as motorizações que já equipam outros carros da marca. Isso significa motor 1.0, de 128 cv e 20,4 kgfm de torque, e o 1.6 aspirado, de 117 cv e 16,5 kgfm.
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Durante um período a Volks chegou a retomar a intenção de fazer o T-Track - antigo projeto Taigun -, usando a plataforma do up!. Mas a empresa decidiu construir sua nova gama no Brasil em cima da arquitetura MQB, o que sepultou a ideia do 'SUV do up!' e em breve colocará também um um ponto final presença do subcompacto no país.
Será mais um da lista de 20 lançamentos que a Volkswagen planejou até o fim de 2020 para a renovação quase total da gama.
Quem já chegou:
- Polo (nova geração)
- Virtus (inédito)
- Fox Connect e Xtreme (novas versões)
- Golf (atualização)
- Golf Variant (atualização) - com o fim da produção em São José dos Pinhais, a perua deixará de ser vendida no Brasil
- Gol (atualização/ câmbio automático)
- Voyage (atualização/ câmbio automático)
- Amarok V6 (nova motorização)
- Jetta (nova geração)
- Tiguan (nova geração)
- T-Cross (inédito)
Quem vai chegar:
- Polo GTS
- Virtus GTS
- Saveiro (nova geração)
- Gol (nova geração)
- Passat (atualização)
- Atlas (novidade)
- Tarek (novidade)
- T-Sport (inédito)
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