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Yamaha quer conquistar consumidores das classes C e D e combater crescimento das marcas chinesas | Gustavo Epifanio/Agência Infomoto
Yamaha quer conquistar consumidores das classes C e D e combater crescimento das marcas chinesas| Foto: Gustavo Epifanio/Agência Infomoto
  • Piscas integrados à lanterna no conjunto traseiro
  • Embreagem centrífuga aciona câmbio de quatro velocidades
  • Desenho é mais moderno com farol e piscas maiores
  • Painel da Crypton é simples, mas bastante funcional
  • No espaço sob o assento, lugar só para pequenos objetos

"Bonita, hein? Pena que as motos da Yamaha são tão caras!". Em um simples e inocente comentário, o frentista do posto de combustível conseguiu resumir a estratégia de marketing da Yamaha ao relançar a CUB Crypton no mercado brasileiro: aproveitar a imagem de qualidade associada à marca em um produto de entrada com preço mais acessível.

"Queremos explorar a qualidade, a tecnologia e a confiabilidade de nossa marca para enfrentar a concorrência", declarou Minoru Matsumura, gerente nacional de vendas da Yamaha, à época da apresentação da Crypton T 115, que chegou às concessionárias de todo o Brasil no fim de abril.

Segundo pesquisas feitas pela marca, os consumidores das classes C e D estão mais exigentes e seletivos. E a Yamaha quer combater o crescimento das motos chinesas nesse segmento mais popular. "Com a chegada desses novos concorrentes, as grandes fábricas tiveram de mudar seus produtos", disse Matsumura.

Motor maior

Aposentada há cinco anos, quando foi substituída pela Neo AT 115, a Crypton T 115 voltou, como o no­­me já denuncia, com um propulsor de maior capacidade cúbica. O motor de um cilindro, comando simples no cabeçote e refrigeração a ar, com pistão e cilindro em alumínio, tem agora 113,7 cm³, maior que os 105 da versão anterior.

A maior capacidade, porém, não resultou exatamente em um melhor desempenho. A mudança foi apenas um ajuste para atender às normas do Promot 3, a lei de emissão de poluentes para motocicletas atualmente em vigor.

Os números declarados pela própria Yamaha confirmam isso. Alimentado por carburador, o motor produz potência máxima de 8,2 cv a 7.500 rpm (na antiga eram 8,3 cv) e torque de 0,88 kgf.m a 5.550 rpm (contra 0,87 kgf.m do motor de 105 cc).

Apesar de modesto, o desempenho está de acordo com a proposta do modelo: ser uma alternativa acessível ao transporte público. Rodando na cidade, seja em vias locais ou em avenidas de trânsito rápido, a Crypton T 115 consegue acompanhar os carros e sair na frente nos semáforos. Até mesmo em vias expressas, consegue manter a velocidade de 90 km/h com facilidade.

Facilidade também para os iniciantes, já que a Crypton tem câmbio semi-automático com embreagem centrífuga. Não há manete de embreagem. Basta pisar no pedal para subir de marcha, ou seja, to­­das as quatro marchas são para "baixo". Para reduzir, o pedal de câmbio conta com uma útil alavanca também no calcanhar. Mas diferentemente da Honda Biz, por exemplo, o câmbio não é sequencial: não se consegue passar da quarta para a primeira marcha, mesmo com a Crypton parada.

Receita já usada em outras CUBs, o motor pequeno e esse tipo de câmbio proporcionam, além da facilidade de pilotagem, bastante economia. A Yamaha Crypton rodou em média 38 km com um litro de gasolina. Chegou até mesmo a ter consumo de 40 km/litro. Fruto de outra novidade: a válvula solenóide de cut-off (que interrompe o fornecimento de combustível ao se tirar a mão do acelerador).

Mais simples

A versão testada foi a "K", a mais simples e barata. Sem partida elétrica, a Crypton T 115 K pega com facilidade no pedal. Com quadro tubular em aço do tipo underbone, tem freios a tambor em ambas as rodas. A outra versão "ED", mais cara (R$ 5.356,00), traz partida elétrica e disco na dianteira.

Pesando apenas 95 kg, a Cryp­­ton é uma "motinho" fácil de pilotar. Tanto por seu câmbio como por sua ciclística e posição de pilotagem. O piloto vai sentado na Crypton e conta com a proteção do escudo frontal contra respingos de poças d’água, vento e outros im­­previstos. O câmbio também atrai as mulheres, pois permite que se use um sapato de salto para pilotar. O que não é lá muito seguro, mas é prática comum entre as consumidoras.

As suspensões e as rodas raiadas de 17 polegadas garantem a robustez para enfrentar ruas esburacadas. Os freios a tambor – com 110 mm de diâmetro na frente e 130 m atrás – não oferecem aquela frenagem instantânea, mas dão conta do recado em função do desempenho modesto e do baixo peso da Crypton.

A simplicidade é tanta que faz falta maior espaço sob o banco: os 4 litros acomodam um par de luvas, carteira, e não muito mais que isso. Mas vale destacar o suporte da pedaleira da garupa fixado ao quadro, o que garante conforto ao passageiro.

Preço em conta

O gerente de vendas Minoru Matsu­­mura é bastante direto ao posicionar a nova Yamaha Cryp­ton T 115 no mercado nacional: "A Crypton é um meio termo entre a Honda Biz 125, mais cara e completa, e a Honda Pop 100, muito popular".

A Pop 100, modelo de entrada da Honda com preço sugerido de R$ 3.990, além do motor menor, é considerada "feia" por muitos. Ao menos nesse quesito a Crypton ga­­nha de goleada da concorrente.

Seu novo desenho tem linhas mo­­dernas, além do farol e lanterna reestilizados. Destaque para o conjunto de iluminação dianteiro com piscas integrados ao escudo, o que justifica o elogio do frentista. O painel também é novo e mais com­­pleto: além do velocímetro, traz marcador de combustível e luzes indicadoras do ponto neutro e da quarta marcha engatada (TOP).

O preço sugerido da versão testada, a "K", é de R$ 4.687. Acima da Pop 100, mas abaixo da Biz 125 KS (R$ 5.300). E bastante competitivo frente às concorrentes chinesas.

Uma grande novidade na comercialização da Crypton T 115 é o lançamento de uma nova modalidade de consórcio da fábrica. No novo plano de 60 meses, o consumidor paga 75% do bem até ser contemplado. O consorciado então escolhe entre pagar os 25%, referentes à diferença, no ato, ou diluir junto ao valor das parcelas restantes. As parcelas reduzidas são de R$ 75,77, a menor do mercado segundo a Yamaha. Uma ma­­neira de aproveitar a imagem de qualidade da marca, mas sem ser uma moto cara.

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