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O pré-candidato ao Planalto, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente do PSL, Luciano Bivar, durante encontro no Recife em janeiro de 2018 (Foto: Divulgação)
O pré-candidato ao Planalto, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente do PSL, Luciano Bivar, durante encontro no Recife em janeiro de 2018 (Foto: Divulgação)| Foto:

Ao menos três diretórios estaduais do PSL, partido do pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (RJ), estão com as atividades suspensas por determinação judicial devido a falhas na prestação de contas. As unidades da sigla em São Paulo, Goiás e Espírito Santo tiveram o dinheiro do fundo partidário cortado e, se não regularizarem a situação até agosto, não poderão lançar candidatos nas eleições de outubro.

O diretório de São Paulo, um dos principais da legenda, teve as contas de 2016 reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado em fevereiro. Agora, pretende recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para retomar a atividade partidária. O presidente estadual, deputado federal Major Olímpio (SP), culpa a gestão anterior. Olímpio assumiu a presidência em abril de 2018 e diz que nem “documentos simples”, como extratos bancários, haviam sido encaminhados à Justiça Eleitoral.

“Os advogados da executiva nacional e da executiva estadual já entraram com medida judicial contra a administração anterior pelo desleixo. Nesse momento, o partido, em São Paulo, não tem ação executiva nenhuma”, afirma. “Não podemos deliberar, não podemos agir. É o que está se passando hoje.” O diretório pretende lançar 105 deputados federais e 141 estaduais.

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Presidente do diretório goiano desde março, o deputado federal delegado Waldir (GO) diz que encontrou o partido em “colapso” — com irregularidades até no número CNPJ. Segundo Waldir, o diretório tem ao menos R$ 200 mil em dívidas por “incompetência administrativa” dos presidentes anteriores. Waldir afirma que a situação se repete em outros diretórios estaduais e que a prioridade é “organizar a casa”.

“Eu acredito que quase todos os diretórios do PSL no país estão com problemas. Cada presidente estadual, ao invés de focar na sua pré-campanha, está focando em arrumar o partido para as disputas eleitorais”, diz. “Quando você assume [a presidência do diretório], você sabe que tem o ônus e o bônus. Claro que a gente não queria esse ônus. A gente queria a presidência do partido.”

No Espírito Santo, o presidente do diretório estadual, deputado federal Carlos Manato (ES), afirma que a gestão anterior deixou de prestar contas por 13 anos consecutivos e teve a prestação de 2016 questionada pela Justiça. “Nós contratamos um advogado e um contador e estamos tentando legalizar [o diretório]. Vamos ver se eu consigo fazer isso até outubro, mas não sei se o tempo vai permitir. Estou correndo atrás. A situação em todos os anos é igual: não prestaram contas.”

A Gazeta do Povo procurou a direção nacional do PSL, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem. Major Olímpio, delegado Waldir e Carlos Manato migraram para o PSL durante a janela partidária de 2018 por influência de Bolsonaro, que fechou acordo com a sigla em janeiro para lançar sua candidatura à Presidência após meses de negociações frustradas com o Patriota — antigo Partido Ecológico Nacional (PEN).

Na ocasião, Bolsonaro e o então presidente do PSL, Luciano Bivar, chegaram a afirmar em nota conjunta que, “em consonância com os anseios da maioria dos brasileiros”, “os objetivos do Partido Social Liberal e os desejos de mudança do Deputado Jair Bolsonaro” seriam um só. Após o fim do “namoro” com Bolsonaro, o presidente do Patriota, Adilson Barroso, acusou o deputado federal de querer tomar o partido para si e tentar substituir dirigentes antigos por membros de seu “grupo”.

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