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Jonatham Campos/Gazeta do Povo, enviado especial
Jonatham Campos/Gazeta do Povo, enviado especial| Foto:

DIRETO DE SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA – Ainda no vestiário do Estádio Krestovsky, o atacante Neymar, antes ou depois do banho, não se sabe ao certo, sacou o celular da bolsa para desabafar e, ao mesmo tempo, atacar os críticos. Foi o segundo ato do desafogo do camisa 10, que começou em campo, quando se ajoelhou e chorou.

Parece até ensaiado, de tão previsível que é o roteiro. Mas, evidentemente, não vou duvidar da sinceridade do atleta, embora reconheça se tratar de um ilusionista quase perfeito, pelo menos com a bola nos pés — para o bem, quase sempre e, às vezes, para o mal. Mais importante é entender, e debater, o estágio atual do principal jogador brasileiro.

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Neymar vive, quatro anos após a Copa do Mundo do Brasil, outra crise com a camisa amarela. A primeira foi dramática, por causa da contusão que o tirou do torneio em casa, de forma abrupta, com uma pancada nas costas. A segunda, em andamento, é tão preocupante quanto. Porém, felizmente para a seleção e o país, há tempo para ajustar as coisas.

Nas duas partidas que fez, Neymar foi apenas discreto, longe, bem longe, do futebol que pode apresentar. Apareceu na estreia pelas faltas que sofreu, algumas delas perfeitamente evitáveis, caso preferisse soltar a bola, fazer o jogo andar, e não entrar numa disputa de gato e rato, na pele do rato, com os defensores suíços.

E nesta partida com a Costa Rica, também se destacou por facetas outras que não os predicados com a bola. Reclamou demais, quase protagonizou um entrevero com o árbitro, e se jogou duas vezes na área. Numa delas, uma curiosa queda no setor defensivo do Brasil, num escanteio para o adversário. Na outra, no lance que originou o pênalti, que não existiu, mais tarde revogado.

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Aparentemente, Neymar ainda não entendeu o funcionamento do VAR, o árbitro de vídeo. Acostumado a simular faltas, já caiu no “teste de DNA” da arbitragem uma vez. A Comissão de  Arbitragem da Fifa prepara um dossiê para os árbitros com jogadores que são “problema” para as partidas e, evidentemente, Neymar integra a lista negra.

Menos mal para o Brasil que Philippe Coutinho assumiu o papel de protagonista que deveria ser do camisa 10. O jogador do Barcelona acertou um chutaço no jogo inicial, que dificilmente erra, e pôs o Brasil na frente contra a Suíça. E diante da Costa Rica, apareceu como um centroavante oportunista, empurrando a bola de bico para o fundo das redes, já nos acréscimos. Tem futebol simples e objetivo, sem firulas.

Para o talento que tem, é muito pouco para Neymar. Ao invés de se importar com os críticos — que, aliás, são sempre uma figura oculta, sem nome, sem rosto –, precisa jogar mais. A responsabilidade que tem é do tamanho do futebol que pode entregar. Aos 26 anos, já passou do tempo de amadurecer e encontrar equilíbrio. O camisa 10 possui atributos para liderar o time brasileiro até o hexa. Basta querer.  E chorar menos.

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