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Beto Richa (PSDB) (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)
Beto Richa (PSDB) (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)| Foto:

O outrora poderoso PSDB agora é quase um partido nanico no Paraná. Seis meses após o tucano Beto Richa deixar o governo do estado, o partido perdeu o Palácio Iguaçu, viu seu principal líder definhar na disputa ao Senado, perdeu as duas cadeiras que tinha na Câmara Federal e teve sua bancada estadual reduzida de cinco para três parlamentares.

A hecatombe não foi surpreendente para observadores políticos mais argutos. Em março, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já havia dito que a rejeição do PSDB era ainda maior que a do PT. Segundo ele, sua opinião estava amparada em uma pesquisa encomendada pelo DEM.

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Tucanos locais também anteviram a crise. Euclides Scalco, quadro histórico do partido que goza de respeito suprapartidário na política paranaense, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que as eleições de 2018 seriam um ponto de inflexão no partido e temia que a legenda não conseguisse superar suas disputas fratricidas. Um dos pontos que gerou os descaminhos do PSDB, disse Scalco ao Valor, foi a falta de discussão interna, a começar pelas instâncias locais.

Às condições pontuadas por Maia e Scalco somou-se a devastadora onda bolsonarista, que tirou do PSDB seu principal argumento político: o antipetismo. Nas últimas quatro eleições gerais, os tucanos tiveram protagonismo no debate – e votos, que é o que importa, afinal – ocupando a posição de antagonistas do PT. Sem a primazia desse discurso, o partido ruiu nacionalmente e também no Paraná.

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O fato de Beto Richa (PSDB) ter obtido apenas 3,7% dos votos na disputa para o Senado é o símbolo maior da derrocada tucana no Paraná, mas não é o único.

Nomes fortes do partido ficaram sem mandato e, sem o comando do estado, a legenda pode ter dificuldades em acomodar seus quadros. Entre os derrotados estão os deputados federais Valdir Rossoni e Luiz Carlos Hauly, tucanos do primeiro escalão que eram fundamentais para a articulação política do PSDB no Paraná.

Outra derrota sentida pelos tucanos foi a de Marcello Richa, filho de Beto e herdeiro político do richismo. Na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, ele fez apenas 20 mil votos, 15 mil a menos que o último colocado de sua coligação.

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