Pela primeira vez, duas empresas nos EUA poderão produzir e comercializar “carne de laboratório”, não proveniente do abate de animais.
Scientist holding Petri dish with minced cultured meat in laboratory, closeup| Foto: Bigstock

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aprovou a venda de carne cultivada a partir de células por duas empresas californianas, na última quarta-feira (21). Pela primeira vez, as startups Upside Foods e Good Meat poderão produzir e comercializar “carne de laboratório”, não proveniente do abate de animais. A FDA (Administração de Drogas e Comidas dos Estados Unidos) também aprovou a venda do produto.

A carne é produzida a partir da alimentação de células animais com açúcares, ácidos, vitaminas e minerais em tanques de aço, dentro de um laboratório. Essas células são desenvolvidas em gordura e músculo, o que cria algo indistinguível da carne tradicional. O produto é uma antítese a “carne do futuro”, feita de plantas, que ganhou muita popularidade nos últimos anos.

A inovação abre portas para uma nova era da indústria alimentícia, consideravelmente mais sustentável, já que os impactos ambientais causados pela pecuária são reduzidos. “Em vez de toda a terra e toda água usada para a criação desses animais que são abatidos, podemos fazer as coisas de um jeito diferente”, afirmou Josh Tetrick, cofundador e diretor executivo da Eat Just, companhia que opera a Good Foods, em entrevista ao New York Times.

Apesar da inovação tecnológica, é improvável que consumidores encontrem o produto das gondolas do supermercado tão cedo. A produção da carne cultivada a partir de células, hoje restrita à de frango, é muito mais cara que a da carne convencional. As empresas da Califórnia irão começar suas operações de forma modesta, fornecendo o alimento para alguns restaurantes.