A coxinha de farofa lapeana (R$ 15), do chef Reinhard Pfeiffer, será um dos pratos do evento. Foto: divulgação| Foto:

Quirera com costelinha de porco, paçoca de carne e arroz carreteiro. Essas são algumas delícias de dar água na boca e que fazem parte do cardápio da típica culinária lapeana. Famosa pelo colorido dos seus pratos, feitos à base de ingredientes que dão sustância, como o milho, a carne de porco e o charque, apreciar esta culinária é uma oportunidade de conciliar paladar e conhecimento sobre uma parte da história paranaense: o tropeirismo.

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Carlos Roberto Antunes dos Santos, coordenador do grupo de pesquisa e estudo da História da Alimentação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que a comida típica da Lapa, nos Campos Gerais, evoluiu com esse movimento. “Ela está ligada ao cotidiano de viagens, mudando a cada cidade por onde os tropeiros passavam, incorporando ingredientes típicos de cada lugar.”

Segundo o coordenador, a culinária lapeana abrange a cozinha luso-brasileira, que mescla a influência portuguesa colonial à indígena e à africana. “Os tropeiros traziam e levavam alimentos e saberes, uma alimentação própria e rústica”, define.

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Expressividade

Repleta de cores e com formas bem variadas, a culinária lapeana tem um sabor forte e uma característica especial em razão do nomadismo das tropas. “Ela se baseia em feijão, toucinho, fubá, farinha, carne-de-sol e café, alimentos que não estão sujeitos à ação do tempo”, explica o professor da pós-graduação em Gastronomia da Universidade Positivo, Marcelo Rocha.

Com uma diversidade de pratos, há aqueles que merecem destaque especial. “A paçoca lapeana é um dos mais expressivos. É preparada com charque e torresmo, socados no pilão com farinha de mandioca e a quirera, que é feita com milho quebrado e carne de suã”, cita Carlos dos Santos.

Apesar de suas peculiaridades, a comida lapeana também se assemelha a outras cozinhas, principalmente em relação ao feijão tropeiro, fruto de trocas gastronômicas na época do tropeirismo. “Muitos viajantes do sul iam a Minas Gerais trocar mulas e mantimentos por metais e pedras preciosas e com ele levaram o feijão tropeiro, de transporte fácil, que acabou resultando no tutu à mineira com torresmo”, assinala Rocha.

Pratos antigos

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Ainda hoje os pratos lapeanos são muito requisitados pelos clientes do restaurante de Dinacir Murbach de Azambuja, do Espaço Único, na Lapa, que exibe até mesmo um fogão a lenha. “Os mais pedidos são o virado de feijão com torresmo e ovos fritos”, diz ela.

Em outro restaurante da cidade, o Lipski, os pratos típicos são um atrativo para novos viajantes, que agora vão à cidade não para comercializar mulas e mantimentos, como faziam os tropeiros, mas para saborear o melhor da culinária regional.

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Serviço

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Como chegar – De Curitiba, siga pela BR-116 e entre na BR-476 (Rodovia do Xisto).

Restaurante Espaço Único – Segunda a sábado, duas opções no almoço: bufê livre, R$ 13, ou por quilo, R$ 21,90. O jantar à la carte custa R$ 11. No domingo apenas almoço com bufê a R$ 15 ou R$ 24,90 o quilo. (41) 3622-8114.

Restaurante Lipski – Segunda a domingo, no almoço, prato típico lapeano à la carte a R$ 19 por pessoa. (41) 3622-1202.