Bom Gourmet
Para além do queijo e chocolates: Conheça os vinhos produzidos na Suíça
Queijo, chocolate e fondue são as respostas óbvias quando pensamos em Suíça e comida. Mas, o país guarda outros segredos à mesa. Um deles, o vinho suíço. Sim, encravada entre Alemanha, França e Itália, a Suíça também tem vocação para a vinicultura. Ao contrário dos vizinhos, porém, quase a totalidade do vinho produzido no país fica por lá mesmo.
Grande consumidora de vinho, a Suíça fica com mais de 90% da produção local para consumo interno. Apenas cerca de 2% do vinho suíço é exportado e a maior parte desse pouco vai para os países vizinhos. Ou seja, difícil encontrar um vinho suíço aqui pelo Brasil.
O Bom Gourmet teve a oportunidade de provar o sabor do vinho suíço este ano, durante evento de apresentação do país para um grupo de jornalistas do Sul do Brasil. As bebidas vieram na mala da delegação, que mostrou os atributos do vinho suíço e outros atrativos turísticos do país para além da neve e das paisagens próprias para os esportes de inverno.
A Suíça possui seis regiões produtoras de vinho. A principal delas é o Valais, onde se produz um terço do vinho suíço. A região, que se estende por 150 km entre o lago Léman e o glaciar do Ródano, é protegida por grandes montanhas. Isso garante ao local solo e climas ideais para a produção de diferentes e exclusivas variedades de uvas.
Segundo Pierre-Henri Mainetti, um dos integrantes da delegação suíça que visitou Curitiba em março, são 58 tipos de uvas que são próprias da região. Uma das mais populares é a Cornalin. Uva típica da área do Valais, a Cornalin produz um vinho tinto de sabor frutado muito concentrado e que evolui bem ao longo do tempo.
Outra variedade própria do Valais é a Petit Arvigne, que é mais encontrada ao norte da região. Com essa uva, se produz um vinho branco seco de sabor delicado. "É um vinho com um perfil de sabor especial, com muita qualidade e marcante na boca", comenta Mainetti, que conta apaixonado sobre os produtores locais.
A maior parte da produção de vinho suíço é feita por empresas familiares, em pequenas propriedades que vão passando de geração em geração. Embora não estejam nos roteiros turísticos tradicionais da Suíça, muitos desses locais podem ser visitados por turistas.
"Não somos muito bons em marketing. Mas, quando você conhece as pessoas, vê o quanto são receptivas. Você chega a um local, bate a porta e, quando vê, acaba ficando durante horas por que eles te fazem provar tudo que têm produzido", diz Mainetti.
As propriedades podem ser visitadas no inverno, mas é no verão que a beleza da paisagem dos vinhedos surpreende os olhos. "Viajar para a Suíça no verão é completamente diferente do inverno. A temperatura varia entre 25°C e 32°C e é extremamente agradável viver experiências, por exemplo, na beira dos lagos ou visitando as vinícolas suíças, que são especiais”, recomenda Fabian Clarc, diretor do Escritório de Turismo da Suíça para o Brasil.
A região de Lavaux, por exemplo, já foi eleita como uma das mais belas produtoras de vinho do mundo pela revista Forbes. A área foi tombada em 2010 como Patrimônio Mundial pela Unesco. Por lá, o verde das videiras plantadas na enconsta num sistema de terraços se confunde com o azul do Lago Léman.
A uva Chassela predomina. Popular na Suíça, da Chassela se produz um vinho branco frutado, fresco e de boa acidez. Harmoniza muito bem com outra paixão nacional, o fondue. Então, agora já sabe, se um dia visitar a Suíça, aposte na produção local na hora de escolher o vinho e tenha uma experiência que, pouco provavelmente, encontrará no Brasil.