Ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal revelaram como foi a fuga dos dois criminosos ligados ao Comando Vermelho que estavam presos na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), em fevereiro, e que foram recapturados na semana passada após 50 dias de fuga.
Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Martelo, descreveu a fuga como uma “coisa de cinema”. Os áudios das ligações foram revelados neste domingo (7) pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Mendonça diz ter começado a fuga no “cerradinho” – a abertura feita na cela – e como se sentiu “imprensado” até alcançar a liberdade. Ele e Deibson Cabral Nascimento, chamado de Tatu ou Deisinho, estavam sendo monitorados pelos agentes federais desde a fuga e tiveram os telefones grampeados pelos agentes federais.
“A gente saiu de lá e dava para sentir o chulé das botas dos caras. [...] Eu tô livre… curtindo a vida. E tô bem, cheio de saúde, força, liberdade, pegando um ventozão [sic] aqui. Achei que nunca mais ia ver isso”, disse Mendonça em uma das gravações.
Durante a conversa interceptada, Mendonça mencionou como a dupla pretendia deixar o país em menos de um mês. “Acho que não vai mais um mês, porque agora embarcaram numa parte por água, vai vir um carro buscar nós e tirar nós do país”, afirmou. As investigações indicam que os fugitivos tentavam sair do país e foram auxiliados por criminosos externos.
A captura dos fugitivos representou o fim de uma operação que mobilizou diversas forças de segurança e custou aos cofres públicos pelo menos R$ 6 milhões. Os gastos incluíram despesas com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas.
A fuga dos detentos, que ocorreu na madrugada de 14 de fevereiro, expôs o governo federal a uma crise na área de segurança pública e foi o primeiro desafio do recém-empossado ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública. Essa foi a primeira vez que detentos fugiram de uma prisão federal desde a criação do sistema penitenciário em 2006.
Após a captura, Mendonça e Nascimento retornaram ao presídio de Mossoró para cumprir suas penas. Nos bastidores do ministério, a sensação foi de alívio após a recaptura – mas, também uma dificuldade pelo tempo de buscas.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que houve uma reação inicial dos fugitivos, mas não houve confronto ou disparo. Ainda de acordo com ele, as investigações agora buscam apurar as circunstâncias da fuga, se houve facilitação e a rede de apoio ao longo do caminho até a prisão no Pará.
-
Lula e Boulos podem ser processados por abuso de poder econômico e político em ato de 1º de maio
-
“Clube dos ricos” recomenda que governo reduza deduções do Imposto de Renda
-
Kassab lidera frente ampla contra esquerda nas eleições em São Paulo
-
Os gastos sigilosos das viagens luxuosas de ministros do STF; acompanhe o Sem Rodeios
30 anos da Agrishow: como evento virou gigante e palco político do agro
As chuvas no Rio Grande do Sul e as ações do poder público; ouça o podcast
Falta de transparência marca viagens, agendas e encontros de ministros do STF
Lula vai a evento sindical em meio a greves e promessas não cumpridas aos trabalhadores
Deixe sua opinião