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Manifestantes ligados a movimentos de esquerda invadiram a sede do Banco Itaú nesta quinta (3), em São Paulo, em protesto pela taxação de “super-ricos”. A invasão ocorreu por cerca de duas horas em um dos prédios de propriedade da instituição na Avenida Faria Lima, centro do mercado financeiro do país.
Imagens publicadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) mostram dezenas de pessoas invadindo o edifício com cartazes de mensagens como “Chega de mamata”, “Taxação dos super-ricos já” e “O povo não vai pagar a conta”.
A invasão ocorreu um dia depois do PT realizar um evento online para organizar a militância e influenciadores digitais a partirem para o ataque em defesa do governo e de políticas de “justiça social”. O Banco Itaú afirmou que não vai se pronunciar sobre o protesto.
Além do MTST, também participou da invasão a chamada “Frente Povo sem Medo” – que reúne militantes do PT e do PSOL –, que vinha sendo inflada nos últimos dias pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) de que iria organizar um protesto contra deputados e senadores após derrubarem o decreto do governo que aumentava as alíquotas do IOF, na semana passada.
“No Brasil, taxar os super ricos é crucial para reduzir a desigualdade. São lucros e dividendos que seguem intocados, enquanto a maioria trabalhada muito e paga caro por tudo”, disse o MTST em uma nota publicada nas redes sociais.
O movimento vai além e afirma que “os de cima acumulam cada vez mais fortuna, isenção e influência — vivem em um país feito sob medida pra manter seus privilégios. O sistema é cruel com quem tem pouco e generoso com quem tem demais”.
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A menção “os de cima” faz referência à expressão “andar de cima” frequentemente citada tanto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para classificar a parcela da sociedade que deveria pagar mais imposto para compensar políticas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O MTST e a Frente Povo sem Medo afirmaram que a invasão à sede do Itaú “é só o começo”.
“Por uma reforma tributária justa, que taxe quem pode pagar e alivie quem mais precisa. Chega de um Brasil para poucos. É hora de inverter a balança”, completaram na nota.
A manifestação ocorreu no edifício considerado o mais caro do país, adquirido em dezembro de 2023 pelo Itaú por cerca de R$ 1,5 bilhão. Para os organizadores, o local foi escolhido por simbolizar os privilégios da elite econômica brasileira.
“Centenas de militantes ocupam neste momento o saguão do edifício de R$ 1,5 bilhão, na Avenida Faria Lima, com faixas e cartazes exigindo justiça tributária, inclusão dos milionários no imposto de renda e do povo no orçamento", afirmou a Frente em nota.