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Área portuária

Ponte deve ligar maior cidade de Santa Catarina à região histórica do litoral brasileiro

Projeto ponte São Francisco do Sul litoral de Santa Catarina
Ligação entre Joinville e São Francisco é feita por balsas e barcos. (Foto: Eduardo Valente/Governo de Santa Catarina)

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Um projeto que une quatro municípios localizados na região nordeste de Santa Catarina planeja a construção de uma ponte na ligação de Joinville, maior cidade do estado, com a parte continental de São Francisco do Sul, um dos municípios mais antigos do país, com início da colonização portuguesa no século 16. A região da Baía da Babitonga também tem importância para economia catarinense pelo acesso aos portos de São Francisco e Itapoá.

A Associação de Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc) contratou, em março, uma empresa para realização do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da ponte entre o bairro Vigorelli, localizado em Joinville, e a Vila da Glória, no litoral catarinense. O vencedor da licitação foi o Consórcio Infras-Caruso, que vai receber R$ 4,3 milhões pelo serviço durante 18 meses, a ser dividido entre os municípios impactados pela obra: 10% para Garuva, 20% para Itapoá, 30% para São Francisco do Sul e 40% para Joinville.

“A demanda é antiga e representa um anseio legítimo da população. O acesso de Vigorelli à Vila da Glória é feito por meio de balsa, o que limita o fluxo de pessoas, mercadorias e serviços, além de tornar a travessia dependente das condições climáticas e operacionais. A ponte representaria uma conexão direta e permanente, facilitando o deslocamento diário dos moradores e impulsionando o desenvolvimento regional”, comenta o presidente do consórcio da Amunesc e prefeito de Itapoá, Jeferson Garcia (MDB). 

Ele explica que além de otimizar o uso de recursos públicos, a metodologia do estudo inclui levantamento de dados necessários para o licenciamento ambiental, previsão de custos da obra e modelos possíveis para a busca de financiamentos. A ligação atual entre Joinville e a Vila da Glória é feita, principalmente, por balsas que operam na Baía da Babitonga.

“Esse serviço apresenta limitações em termos de capacidade, tempo de espera e confiabilidade. Há também a opção de contornar por rodovias até São Francisco do Sul e retornar à Vila da Glória por terra, mas esse trajeto é significativamente mais longo. A ponte seria uma solução moderna, segura e eficiente para essa ligação”, avalia.

Garcia esclarece que o acesso à ilha de São Francisco do Sul - onde está localizado o centro histórico da cidade fundada em 1658 - continuará sendo feito por balsas ou pela estrada a partir da Vila da Glória. “A ponte, neste momento, não tem como objetivo alcançar diretamente a ilha de São Francisco. Esse primeiro passo é estratégico para integrar melhor as regiões continentais dos dois municípios, além de outros municípios da região, Itapoá e Garuva.”

Além de integrar a maior cidade de Santa Catarina ao litoral do estado, o prefeito de Itapoá afirma que a ponte é um “ganho estratégico” para a economia regional. Mandatário da cidade portuária, que se destaca pelo transporte marítimo de contêineres, Garcia projeta que a nova ligação com Joinville deve facilitar a logística para o setor produtivo com redução de custos no transporte de cargas.    

“No turismo, cria um novo eixo de circulação, valorizando as belezas naturais da Baía da Babitonga e promovendo o ecoturismo e o turismo náutico. Na infraestrutura, amplia as alternativas de mobilidade e pode servir como rota alternativa em situações emergenciais”, acrescenta.

Segundo o prefeito de Itapoá, a expectativa dos municípios é que o estudo confirme a viabilidade do projeto e permita avançar com segurança para as próximas etapas, que envolvem captação de recursos, licenciamento ambiental e, futuramente, a execução do projeto e da obra.

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Os portos catarinenses de Itapoá e São Francisco do Sul estão localizados na Baía da Babitonga. Em 2024, o porto de Itapoá, que se destaca na operação de cargas conteinerizadas, movimentou cerca de 1,2 milhão de TEUs [unidade que mede capacidade da carga], o equivalente a 14 milhões de toneladas. 

No ano passado, o porto de São Francisco registrou 17 milhões de toneladas de mercadorias. No comparativo com 2023, segundo o governo de Santa Catarina, o crescimento foi de 19% na movimentação de cargas nos portos do complexo portuário da Baía da Babitonga.

Os dois portos são responsáveis por 60% da movimentação portuária de Santa Catarina, em tonelagem. No mês passado, o governador do estado, Jorginho Mello (PL), assinou uma parceria público-privada (PPP) para a obra de dragagem e aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga.

O investimento é de aproximadamente R$ 300 milhões com objetivo de permitir a atracação e operação de embarcações de 366 metros de comprimento, colocando Itapoá como o primeiro porto do Brasil com capacidade para navios desse porte com carga máxima.

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Correção

Matéria corrigida com a informação sobre o início da colonização portuguesa na região de São Francisco do Sul (SC) no século 16.

Corrigido em 28/04/2025 às 09:30

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